Profª. Dra. Fernanda Henrique Cupertino Alcântara

  Olás, Bora para o nosso 54º filme? Que tal o polêmico "A filha perdida", baseado na obra da famosa escritora contemporânea Elena Ferrante? Polêmico não, extremamente polêmico, por tocar em tabus relacionados à maternidade e ao papel da mulher no casamento e na criação dos filhos, modulando e humanizando a figura da personagem principal sem vitimizá-la ou mostrá-la frágil, refém das situações. Na verdade, logo no início do filme, a fragilidade é demonstrada associada a incapacidade de manutenção do trabalho, da vida, do relacionamento em razão das demandas de cuidado apresentadas pelas filhas, da sensação de incompletude sexual (pela ausência do marido ou pela presença insuficiente) e intelectual. Um drama carregado de complexidade e de uma personalidade que se apresenta ao expectador para além das expectativas sociais e do fadado conformismo e resiliência esperados das mulheres em seu papel social. Qual a sua sensação ao ver o filme? Quão grande foi o seu desconforto ou seu

  Olás, O semestre 1.2002 da UFJF-GV já começou, o que significa que no mês de maio já teremos provas de Sociologia e Sociologia do Direito nas disciplinas que leciono. Desse modo, para disponibilizar uma maior quantidade de material para que alunas(os) possam estudar a contento e refletir sobre o conteúdo abordado em sala de aula, disponibilizo, a partir de hoje, mais provas de concurso. A nossa 32ª Prova de Concurso teve por banca examinadora a FCC, do ano de 2015, para o cargo de Defensor Público do Estado de São Paulo. Publicarei aqui a parte relativa à "Filosofia do Direito e Sociologia Jurídica", que conteve poucas questões apenas. 81. De acordo com o entendimento de Max Weber, expresso na obra Ciência e Política: duas vocações, a significação de que está revestido todo o trabalho científico é a de que toda obra científica acabada  (A) não tem outro sentido senão o de fazer surgirem novas verdades.  (B) não tem outro sentido senão o de fazer surgirem novas indagações.

Olás, A nossa 53º postagem sobre filme já estava rascunhada esperando uma brecha para ser publicada.  Faz já bastante tempo que vi o filme "Anne Frank, minha melhor amiga" , mas creio que ainda alguns elementos estão frescos na memória e gostaria de destacá-los aqui em contraponto com a teoria sociológica. O primeiro, óbvio, o nazismo, a perseguição e genocídio de judeus. Nada mais necessário hoje do que lembrarmos com afinco a tragédia que abalou a humanidade com o avanço da extrema direita, do nazismo e fascismo. Sem dúvida, é uma representação dos campos de concentração, da violência, do terror, da ausência de direitos e de princípios democráticos orientando a sociedade naquele momento histórico. Apesar de o nome do filme constar a referência a Anne Frank, a obra aborda a perspectiva de Hannah Goslar, que se sacrifica, quebra as regras de uma "segurança mínima" para tentar dar condições à amiga. Além do destaque para essa amizade e afetividade para além dos víncu

  Olás, Hoje vamos de Marie de Gournay, essa filósofa nascida no século XVI e que foi uma espécie de assessora de Montaigne, sua "filha adotiva". Como outras pensadoras, ela também é esquecida ou tratada como uma "precursora", com uma contribuição mais rasa. É importante que tenhamos a possibilidade de garimpar, fazendo um trabalho genealógico, textos que objetivamente demonstram a existência de mulheres pensadoras e escritoras em tempos tão remotos e sem quaisquer condições adequadas para fazê-lo. Além disso, o tema recortado por elas, assim como para Gournay, toca a questão da mulher e sua condição social. Destaco também uma reportagem importante a respeito da participação das mulheres na construção da Filosofia: https://diplomatique.org.br/as-mulheres-sempre-existiram-na-filosofia/ O texto "A queixa das damas" , foi traduzido por Cinelli Tardioli Mesquita e Martha Tremblay-Vilao, e publicado pela Revista Outramargem. Destaco também a live produzida pelo

Olás, Bora para o nosso 52º filme e não é qualquer um. Essa é uma produção da Geórgia: o país Geórgia (não o estado norteamericano da Geórgia), que faz fronteira ao sul com a Turquia, Armênia e Azerbaijão.  Trata-se de um filme interessantíssimo, que aborda questões cotidianas, como relacionamento, casamento, família, filhos, trabalho, a condição social da mulher, o machismo, a invisibilidade do outro. Com um cenário simples, a roteirista e escritora demonstra a ausência do espaço para a singularidade, os desejos da mulher, tanto na arquitetura da casa, como na organização dos móveis e utensílios, ou, até mesmo, em seu próprio aniversário. O filme é tão denso ao falar sobre o cotidiano e mostra de um modo tão forte as opressões e o silenciamento das mulheres, sua ausência de liberdade substancial e de independência, consequentemente, de seus gozos e prazeres, que ele pode ser usado para debater temas muito amplos e fundamentais à Sociologia. Ainda assim, chamo a atenção para a teoria d

Olás, Recentemente, fiz algumas indicações de livros do professor Boaventura de Sousa Santos e suas possibilidades de diálogo e utilização nos programas de disciplinas de Sociologia do Direito. Pensando nisso e na teoria de Boaventura, resolvi verificar a minha lista de filmes, séries e documentários ainda pendentes de serem citados no blog e cheguei ao filme e à minissérie Xingu , nosso 51º indicado. Independentemente da discussão acerca da veracidade dos fatos históricos, creio que a obra em si é interessante para discutirmos alguns conceitos de Boaventura. O primeiro deles, é a ecologia dos saberes , essa convivência e reconhecimento de vários saberes sem relação de hierarquia. Lembro aqui também da própria noção de Epistemologias do Sul , além do mecanismo de tradução , bem como da Sociologia das Ausências e das Emergências . Não podemos também nos esquecer do conceito de artesania das práticas  que me parece estar muito bem retratado no filme quando demonstra como as ações dos i

Olás, A quinta exposição do Módulo III - Institucionalização da Ciência Sociologia (1860-1890), no  Curso de Extensão 200 anos de Sociologia (UFJF/SBS) , versou sobre a vida e obra de Beatrice Potter Webb (1858-1943). Eliana Debia é socióloga e advogada pela Universidade de Buenos Aires (UBA). Mestre em Ciências Sociais e Humanidades pela Universidade de Quilmes (UNQ). Doutoranda do CONICET, no Instituto de Investigações Gino Germani da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires (IIGG-FSOC-UBA), no qual investiga a recepção do pensamento de Mary Wollstonecraft na formação dos saberes sociológicos. Durante oito anos esteve a seu cargo as cátedras de Teoria Social I e dos Fundamentos de Sociologia no Curso de Sociologia da Universidade Nacional de Tierra del Fuego (UNTDF), assim como a direção da equipe de investigação sobre as sociólogas clássicas. É integrante do Grupo de Estudos sobre Feminismo Materialista (GEFeMa) da Universidad Nacional de La Plata (UNLP) y del G

  Olás, Continuando a falar sobre Sociologia do Direito  e livros de referência, citarei o terceiro livro de Boaventura de Sousa Santos que tomo por base em minhas aulas. A indicação que darei agora é uma facilitadora da leitura da primeira indicação: Sociologia Juridica Crítica , sobre a qual comentei em outra postagem . Trata-se de uma obra que resultou de conferências proferidas por Boaventura durante visita à Argentina e que, de um modo bem acessível e didático, falando para o público acadêmico, mas também para o público leigo. Desse modo, é um livro facilitador da compreensão dos pressupostos utilizados por Boaventura para desenvolver sua Sociologia do Direito e, principalmente, a teoria da Sociologia das Ausências e das Emergências , da qual falarei em outras oportunidades. Os conceitos centrais são apresentados de modo introdutório, o que facilita a leitura para os alunos de Cursos que não são de Ciências Sociais e não se dedicam a estudar teoria sociológica. A diferença é o tem

Olás, Continuando a conversa sobre livros e Sociologia do Direito , com a colaboração dada pelo inspirador professor Boaventura de Sousa Santos, não poderia deixar de fora a obra Para uma revolução democrática da justiça . Livro básico, introdutório, simples, que hoje possui também  uma função interessante quando consideramos os exemplos utilizados para ilustrar os argumentos e período temporal no qual o autor o escreveu: uma historicização do processo de desenvolvimento e democratização do acesso à justiça. Por essa razão, g eralmente, é utilizado não apenas em disciplinas de Sociologia do Direito , mas também de Direito Processual e Introdução ao Direito.  Este tema já havia sido abordado por Boaventura num artigo clássico que recomendo a leitura:  "Introdução à Sociologia da Administração da Justiça" . Porém, o livro trata temas pantanosos, com uma proposta e recortes bem delimitados ao nível de uma introdução. De tribunais, Estados, acesso à justiça, politização do direit

  Olás, Esta postagem tem por objetivo fornecer uma visão integrada e panorâmica sobre o Curso de Extensão 200 anos de Sociologia , promovido pela UFJF-GV em parceria com a SBS. Desse modo, será listado abaixo os encontros já realizados e cujos vídeos estão disponíveis no Canal do YouTube da SBS (Módulo I e II) e no meu Canal Fernanda H C Alcântara. Além deles, também estou disponibilizando nosso programa preliminar para os próximos módulos. Convido vocês e a sugerirem autoras e autores que por ventura tenhamos esquecido de indicar. Tem sido um prazer coordenar e participar do Curso. Espero que esteja sendo proveitoso para vocês também. - Módulo I: Fundação da Sociologia (1830-1840) Carga Horária: 14 horas   1. Auguste Comte (1798-1857) - Gustavo Biscaia de Lacerda (UFPR) (03/09/2021) - Lelita de Oliveira Rodriguez Benoit (DIEESE)  (10/09/2021) - Sérgio Tiski (UEL) (17/09/2021)   2. Harriet Martineau (1802-1876) - Igor Suzano Machado (UFES) (27/09/2021)  - Fernanda H. C. Alcântar