8M - Dia Internacional da Mulher

 

Olás,


Muito bom dia. Vindo de um jejum de postagens aqui no Blog e voltando ao ritmo aos poucos, venho propor hoje uma reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher. Reservamos um espaço no calendário para questionarmos nossas condições de vida, nossa liberdade, as opressões sofridas pelo simples fato de sermos mulheres, as tantas violências e a desigualdade de gênero.



Pensar esse debate a partir da nossa própria trajetória de vida, de nossas amigas, mães, irmãs, avós, filhas, é um exercício difícil e doloroso. Os abusos sexuais, as injustiças, as violências patrimoniais, físicas, os relacionamentos tóxicos, abusivos, são uma constante nas memórias de mulheres, causando dor e sofrimento quando acionados. Não por acaso só conseguimos falar sobre o assunto ou compreender como nos sentimos e nos comportamos a respeito após alcançarmos a vida adulta.

Costumamos pensar ou somos condicionadas a pensar que são casos isolados, que aconteceu apenas conosco e tapamos os olhos e ouvidos para a naturalização generalizada da violência contra a mulher, acreditando que vivemos numa sociedade democrática e livre pelo simples fato de nossa legislação assim dispor.

Também o Estado nos violenta quando oprime as mulheres que denunciam as violências sofridas, que promove violência institucional no lugar do acolhimento e investigação rigorosos, que não coíbe a exposição das mulheres e sua ridicularização para desacreditá-las.

Compreender esse processo histórico de formação do patriarcado é fundamental para que possamos entender o nosso lugar no mundo, nossas contingências, que nos tornam mais ou menos livres, mas também o que podemos fazer para nos apoiarmos, fornecer alento e suporte para superar os momentos nos quais ocorre tentativa de submetimento pelas mais diversas formas parecem durar uma eternidade.

Conhecer o pensamento não contemporâneo de mulheres que escrevam sobre a sua condição na sociedade é essencial para compreendermos essa perspectiva que não é individual (a armadilha está aí na culpabilização da mulher, tática antiga usada recorrentemente pelas instituições), mas sim estrutural e histórica.

Para contribuir para esse debate, irei disponibilizar na próxima postagem dois textos de Harriet Martineau, que traduzi para o português, e que foram publicados nos anos de 2021 e 2022 nos livros Como observar: morais e costumes e Sociedade na América Volume I - Política.

Também convido vocês a lerem outras postagens sobre as obras de mulheres teóricas, que estão disponíveis nos links abaixo ou nos marcadores Clássicas ou Pensadoras dos séculos XVI, XVIII, XIX.
Vocês também podem acessar vários vídeos no meu Canal do Youtube falando sobre o trabalho de Martineau acerca da condição social das mulheres e a obra e vida de outras teóricas do século XIX que participaram da institucionalização das Ciências Sociais.

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