Sugestões para provas e questões de concurso abordando teóricas clássicas das Ciências Sociais

Olás,

Notando que as bancas de concurso geralmente não formulam questões sobre as teóricas clássicas das Ciências Sociais, comecei a disponibilizar algumas sugestões e a solicitar a estudiosas(os) que também o fizessem. O resultado vocês podem verificar abaixo, sempre acompanhado da indicação de autoria.

Acaso tenha alguma sugestão, por favor, me encaminhe.

Grande abraço.

Questão 01: (Rocío Navarro, Espanha) Harriet Martineau (1802-1876) fue una socióloga inglesa fundadora. Uno de los muchos temas que abordó en sus trabajos fue el de la educación formal obligatoria de la población. ¿Podrías decir cuál de los siguientes argumentos, relacionados con el sistema educativo de su país, desarrolla en su obra Household Education (1849)?:

a) Atribuye a las Sunday Schools la posibilidad de convertirse en centros educativos gratuitos para toda la población;

b) Señala la importancia de adecuar los planes educativos a la diversidad de familias;

c) Se lamenta de los altos índices de analfabetismo que hay en su país y concibe un proyecto de alfabetización masiva con los mismos contenidos para toda la población;

d) Considera que tanto a niñas como a niños hay que enseñarles las tareas propias del trabajo doméstico;

e) Idea la escuela doméstica de instrucción mutua, un espacio educativo diario donde todas las personas que integran el grupo doméstico dedican cuatro horas al día al intercambio de conocimientos.

Questão 02: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Harriet Martineau (1802-1876) foi uma famosa escritora britânica que produziu mais de 50 livros e 2500 artigos sobre diversos assuntos de relevância social, incluindo as chamadas novelas. Considerando a obra e teoria dessa autora, indique qual das alternativas abaixo está correta:

Martineau era adepta de uma sociologia teórica descolada da realidade social.
Sua contribuição surgiu em 1840, como tradutora de Auguste Comte e colaboradora da obra deste.
Martineau discutiu com Alexis de Tocqueville as possibilidades de análise do fenômeno democrático no século XIX.
Entre outros assuntos, Martineau preocupou-se em compreender como as instituições sociais, políticas e econômicas funcionam, além de formas possíveis de sua observação.
Martineau não entendia o Direito como uma instituição que interferisse na vida social, sendo apenas uma forma de regulação colateral.

Questão 03: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Harriet Martineau realizava a análise social a partir:

Do materialismo histórico dialético, para análise do comércio e das relações escravistas.
De uma tipologia capaz de classificar o desenvolvimento das morais e das instituições, pautada numa relação empática entre observador e observado.
Do método comparativo, principalmente com relação à Democracia.
Do método filosófico, pautado na “pesquisa de gabinete”.
Do positivismo, aprendido com Auguste Comte, de quem era colaboradora.

Questão 04: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Flora Tristan (1803-1844) foi uma das pensadoras que se dedicou a discutir problemas sociais e soluções possíveis. Neste sentido, ela se debruçou sobre o seguinte tema:

A necessidade de obediência moral da juventude para com os mais antigos.
A importância da religião na coordenação da vida social.
O papel das operárias e operários na gestão dos problemas que os acometem.
A função do Estado na solução de todos os problemas sociais.
A delinquência das mulheres e sua perversidade na relação com os homens.

Questão 05: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Flora Tristan pode ser compreendida como:

Autora e ex-operária que defendia a importância da democracia e do capitalismo para a qualidade de vida das famílias francesas.
Embora tenha desenvolvido uma análise sobre a condição da mulher como pária e a última escrava existente, ela manifestou preconceito quanto a outros povos, incluindo o Peru.
Tristan foi uma conservadora a respeito da educação das mulheres, mas sofreu uma tentativa de homicídio cometida por seu marido.
Filha de pai estrangeiro cujo casamento com sua mãe nunca foi reconhecido, Tristan busca a família paterna para reconhecer sua obra e seu papel político na França.
Flora Tristan contribuiu ativamente para o socialismo científico tendo colaborado diretamente com Marx e Engels.

Questão 06: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Marianne Schnitger (1870-1954) foi uma importante autora, mas é conhecida, na maioria das vezes, por ser a esposa de Max Weber. Sua obra trouxe importantes contribuições para a análise social. Assinale abaixo a frase que identifica parte de suas premissas ou de sua biografia:

Dedicou-se a estudar o feudalismo e o capitalismo, além de propor uma reforma social para a chegada de um modelo socialista de produção.
Formulou uma perspectiva crítica pautada na reflexão sobre o papel das instituições, principalmente o Direito, como capazes de limitar a arbitrariedade nas relações sociais, tomando por exemplo o matrimônio, a mãe e a esposa.
Foi auxiliar de Max Weber e difusora de sua obra após sua morte, tendo se dedicado exclusivamente a divulgar a teoria dele.
Resenhou a obra de Émile Durkheim defendendo seu marido das críticas realizadas por aquele.
Elaborou uma obra densa, mas nunca teve participação pública ou acadêmica, evitando a aparição pública e a discussão de temas de interesse das mulheres.

Questão 07: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Marianne Schnitger era conhecida como uma feminista conservadora por defender o Direito como um mecanismo capaz de:

Controle dos povos, propiciando um Estado Nação moderno com concentração da legitimidade do uso da violência em detrimento da sociedade civil.
Promover a igualdade de gênero, com o acesso irrestrito das mulheres à educação e ao trabalho.
Fornecer garantias e limitações à arbitrariedade exercida pelos homens contra às mulheres e mães.
Combater a visão tradicional do feminismo, da qual Marianne era uma crítica ferrenha.
Promover direitos sociais radicais, com uma reforma legislativa pautada no feminismo erótico.

Questão 08: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Harriet Martineau foi a fundadora da Ciência da Sociedade, tendo desenvolvido pesquisas de campo no início do século XIX. Além disso, desenvolveu uma teoria densa acerca da teoria democrática e das instituições sociais. A esse respeito, escolha a alternativa correta:

a) Martineau defendeu a Democracia americana após compará-la à Democracia dos países da Europa.

b)Martineau e Tocqueville se dividiram radicalmente acerca do papel da Democracia na modernidade, mas, principalmente, quanto a sua disseminação.

c) Após a publicação da obra Da democracia na América de Alexis de Tocqueville, Martineau resolve viajar para os EUA e testar as hipóteses por ele elaboradas.

d) De acordo com Martineau, não seria possível dissociar a discussão sobre o regime de governo democrático e a sociedade democrática.

e) Martineau escreveu o volume I de Sociedade na América antes de Tocqueville ir para os EUA e o volume II foi uma resposta à obra Da democracia na América deste popular autor.

Questão 09: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Existe uma discussão importante sobre a relação existente entre as teóricas clássicas e o tema de investigação sobre as condições de gênero. Ainda que o conceito de gênero não estivesse disponível ao tempo do surgimento da Sociologia na primeira metade do século XIX, considere as assertivas abaixo no que tange ao trabalho de Harriet Martineau:

a) Os "arranjos" e "estados de casamento" observados não mantinham conexão com as morais vigentes numa sociedade.

b) A mulher não deveria ser considerada como "classe", pois não representava uma categoria homogênea.

c) O casamento é uma instituição social comum a todas as sociedades e, por esta razão, podemos considerá-lo uma coisa universal, não contingencial.

d) Os "estados de casamento" são formas sociais de manutenção de uma boa convivência doméstica, sendo configurados para servir a esta função.

e) A desigualdade de gênero dentro do modelo de casamento postulado por uma sociedade é causa de "infelicidade conjugal" e de "casos de sofrimento social".

Questão 10: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) De acordo com Martineau, em seu livro "Como observar: morais e costumes":

a) O mercado deve ser observado pelo pesquisador no que tange à condição dos habitantes quanto ao fornecimento das suas necessidades, mas as morais domésticas não são refletidas nessa instituição.

b) Existe uma relação direta entre a existência de mercados bem providos, de um lado, e um povo livre e próspero de outro.

c) A ausência de mercados constituídos não implica que as sociedades nessas localidades sejam bárbaras e oprimidas, ou mesmo não providas, pois a fartura está relacionada a como a sociedade lida com a distribuição do que possui.

d) Apresenta o mercado de um ponto de vista liberal clássico, associando existência de riqueza, ainda que concentrada, à prosperidade.

e) Apenas o mercado é capaz de suprir as necessidades dos indivíduos, não existindo vínculos sociais de outra natureza, que não os comerciais.

Questão 11: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Harriet Martineau se dedicou a estudar o "Estado doméstico" e nele as classes sociais em sua obra Como observar: morais e costumes. Sobre elas, a autora asseverou que:

a) Mulheres e crianças são classes sociais e devem ser consideradas para a realização da observação social e a compreensão das dinâmicas sociais.

b) As classes agrícolas são homogêneas e não possuem, por isso mesmo, qualquer diferenciação relativa ao tamanho da porção de terra e do modo de gerenciamento e trabalho utilizado nestas.

c) As classes de fabricantes englobam classes manufatureiras e classes comerciais.

d) Ao abordar a classe de mulheres deve se desconsiderar o estado civil.

e) O casamento não é um elemento importante na análise de classes já que não se baseia num pacto entre iguais.

Questão 12: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Várias teóricas clássicas se dedicaram a estudar o casamento como fato social. A esse respeito, indique abaixo a alternativa incorreta:

a) Flora Tristan entendia que o divórcio era um direito das mulheres, assim como o direito ao acesso à educação.

b) Marianne Weber discutia o casamento como direito, não como relação de poder, e discutia a existência de uma "parceria ética".

c) Harriet Martineau chamava a atenção para o fato de que os tipos de casamento e a forma de cortejo demonstram os valores e os padrões sociais vigentes em uma sociedade.

d) Mary Wollstonecraf entendia que o casamento não era um fenômeno social importante sobre o qual os pesquisadores devessem se dedicar a estudar.

e) Olympe de Gouges entendia que o divórcio deveria ser um direito do qual as mulheres pudessem usufruir.

Questão 13 (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Acerca do processo de pesquisa, em Sociedade na América – Vol. I Política, Martineau alega que, sobre o comportamento da(o) pesquisadora(r):

a) Não promove interferências na pesquisa de campo e nem no objeto estudado;

b) Ser mulher é uma desvantagem que pode ser superada por meio do disfarce ou outras artimanhas;

c) Martineau entendia que o fato de ter surdez parcial não influenciava em seu trabalho de coleta de dados;

d) A técnica de coleta de informações dependia do elemento surpresa e do comportamento antiético de não expressar do que se tratava o contato;

e) O relato de campo precisa ser expresso de tal forma que as condições de acesso às informações fiquem claras para a(o) leitora(r) e o incumba de definir o grau de precisão acerca do que se fala.

Questão 14: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) No livro Como observar: morais e costumes, Martineau se dedica a:

a) Estudar os partidos e a federação norteamericana;

b) Compreender o processo de pesquisa e coleta de dados sem mencionar as instituições que deveriam ser consideradas em tal empreitada;

c) Discute as instituições sociais que considera fundamentais para a produção de uma Ciência da Sociedade, mas não se dedica a desenvolver um método de estudo e pesquisa;

d) Entende que a(o) pesquisadora(r) precisa atentar para a observação das coisas, não dos discursos.

e) Destaca a importância do estudo das morais da política para se compreender como a sociedade funciona.

Questão 15: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) A política envolve vários processos cotidianos, mas também instituições que consolidam as morais vigentes numa sociedade e, no processo democrático, “a vontade da maioria”. De acordo com Martineau:

a) A política deve servir ao dever e à felicidade do homem.

b) A política não é um ramo da ciência moral.

c) Como a política é um dever universal, não cabe falar em contingência ao analisá-la.

d) Os não representados o são por uma definição ético-universal que não deve ser questionada.

e) A democracia é uma herança das instituições feudais e funciona de acordo com a teoria de que “a maioria está no direito”.

Questão 16: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Durante o período no qual estudou a sociedade norteamericana, Martineau chegou a realizar algumas considerações importantes e que repercutem ainda hoje ao analisarmos a sociedade contemporânea, inclusive a brasileira. Exceto:

a) Embora não tenha observado pobreza no território norteamericano à época, destacou que a condição de miséria recaía sobre as mulheres que não eram sequer ouvidas.

b) A democracia é um regime político apenas, não devendo nada à constituição da sociedade ou às suas instituições fundamentais.

c) Martineau viajou com outras mulheres escritoras e discutiu a necessidade do sufrágio não apenas para as mulheres, mas para todas as condições econômicas, de instrução ou de renda.

d) Alegou que a 1ª Constituição dos EUA inaugurou o medo de “crise” e a 2ª o “alarme”, mas estes são constitutivos do regime democrático.

e) O despotismo “funciona” sem alarde porque a sociedade não participa da tomada de decisões, enquanto é torturada e roubada. A democracia é sempre turbulenta e disputada.

Questão 17: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Ainda sobre a Democracia, de acordo com a teoria de Harriet Martineau:

a) Os EUA inventaram a democracia e criaram um modelo a ser replicado por todo o globo.

b) Os EUA aproveitaram o que se aprendeu com a experiência da democracia e o seu experimento deu certo na 3ª tentativa.

c) O regime democrático precisa ser pensado a partir de elementos lógicos universais que informem o resultado desejado.

d) Os princípios democráticos podem conviver harmoniosamente com formas feudais, como direito por hereditariedade e membros honorários.

e) Num regime democrático, os partidos nunca temem o desejo da maioria, pois são os representantes desta.

Questão 18: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Considerando-se a teoria martineauniana expressa no livro Sociedade na América – Vol. I Política, analise as assertivas abaixo e marque a alternativa errada:

a) “A maioria está certa” é um princípio a ser observado nas práticas e discursos, pois se é o fundamento da Democracia, não pode ser tratado como um grave perigo.

b) Nos EUA, o princípio fundamental é que os poderes derivam do consentimento dos governados, por isso não pode haver limites ao sufrágio.

c) A educação precisava ser promovida nos EUA e a aristocracia, que teme o poder da maioria, deveria promovê-la para sua própria segurança e sobrevivência da democracia.

d) Os medos da aristocracia são inconsistentes com a teoria da democracia e isso faz parte da sua prática política.

e) O aprimoramento institucional precisa ser feito de modo rápido para conter os excessos e combater a “imperfeição do conhecimento”.

Questão 19: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Sobre a relação entre liberdade e igualdade nas teorias de Martineau e Tocqueville:

a) Para Tocqueville a igualdade não era um empecilho ao exercício da liberdade, mas para Martineau sim.

b) De acordo com Tocqueville, a aristocracia era uma herança do velho mundo que precisava ser extirpada, enquanto Martineau entendia que era funcional a atuação desta classe para a manutenção da democracia.

c) Ambos concordavam que a igualdade era um problema grave para o exercício democrático e que alguns mecanismos deveriam ser elaborados para contê-la.

d) Ambos criticam o fato de que a educação não era plural ou mesmo disseminada, acabando por culparem a aristocracia de não promovê-la.

e) Ambos entendiam que a sociedade norteamericana tinha pouca pobreza e baixa diferença de propriedade, com muitas oportunidades de ascensão social, o que a diferenciava dos países da velha Europa.

Questão 20: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Acerca da teoria de Harriet Martineau sobre o funcionamento da democracia norteamericana assinale a alternativa correta:

a) No sistema democrático o povo pode aprender com a prática, ou seja, errar no início e aprender com o tempo.

b) A chamada “grande teoria” democrática tem muito a dizer sobre o caso norteamericano, já que suas suposições se encontram muito próximas do que é a realidade prática.

c) O sistema democrático não comporta o princípio da retificação, isto é, assim que o erro é descoberto, é retificado.

d) Martineau elogia o velho mundo por valorizar o “homem” abstrato e individualmente, mas “desprezar os homens na massa”.

e) Os norteamericanos já estavam, no período estudado, bastante maduros institucionalmente com relação à estrutura e funcionamento da democracia.

Questão 21: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Comparando Tocqueville a Martineau, em suas análises sobre a democracia, considere as alternativas abaixo e identifique a errada:

a) Para Martineau, não se pode produzir democracia desconfiando das massas.

b) Para Martineau, o governo não pode estar distante do povo.

c) Ambos são institucionalistas e seu método de estudo é semelhante quanto ao institucionalismo, mas não é idêntico, pois se diferenciam em diversos aspectos, inclusive no que tange ao processo de comparação.

d) Para Martineau, os princípios de governo são corporificados em instituições, que sofrem modificações pelas circunstâncias precedentes, mas para Tocqueville não.

e) Para ambos, as instituições não são invenções completas e repentinas, mas um produto histórico que depende de certas condições para sofrerem mudanças.

Questão 22: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Sobre o tema do Estado e sua relação com os governos geral e estaduais, podemos afirmar que Martineau:

a) Discute o papel das Constituições geral e estaduais, mas entende que este “instrumento” não é central neste debate.

b) Afirma que a Constituição é um instrumento solene cuja eficácia depende exclusivamente da sua elaboração e aprovação.

c) Discute os objetivos dos governos geral e estaduais, além de problematizar a existência de grandes dificuldades para conciliar a relação entre eles.

d) As tentativas de impeachments à autoridades não são por ela discutidas por não fazerem parte do sistema democrático.

e) Entende que a gestão das diferenças entre União e estados não pode se pautar em concessões, de qualquer nível, pois estas não configuram mecanismos de estabilidade.

Questão 23: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) A teoria de Harriet Martineau pode nos auxiliar a pensar o momento atual da democracia brasileira. Deste modo, leia com atenção as assertivas abaixo e indique a incorreta:

a) Numa democracia todos os seus elementos devem estar de acordo com o princípio republicano e os comportamentos ou instituições que sejam incompatíveis com este não devem ser mantidos.

b) Martineau faz duras críticas ao Senado e alega que ele é uma anomalia se considerarmos as contradições e os princípios inerentes ao sistema republicano.

c) A nomeação de juízes vitalícios é um afastamento do princípio republicano, pois promoveriam cargos públicos irresponsáveis se assim o fossem, já que sua independência é um ato não republicano.

d) A reunião dos Estados norteamericanos na confederação com o assentimento deles à constituição de 1788 não foi adequada, pois os meios utilizados não haviam sido justos, na medida em que a maioria da população foi contrária ao definido pelas autoridades.

e) De acordo com Martineau, não existia ascendência do desejo da maioria sobre as instituições norte-americanas, o que impedia que a população participasse ativamente da manutenção da ordem pelo respeito às leis vigentes.

Questão 24: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Em seu livro Como observar: morais e costumes, Harriet Martineau:

a) Confronta os argumentos de Auguste Comte acerca da criação da Sociologia.

b) Disserta sobre a necessidade de que os viajantes passassem por cursos de formação para atuarem na área.

c) Entende que era necessário se qualificar para observar a realidade e questionar o processo de observação antes e depois de estar em campo.

d) Advoga pela definição da profissão de sociólogo independentemente das condições físicas de cada indivíduo.

e) Questiona a capacidade dos filósofos de interpretarem os dados coletados pelos viajantes.

Questão 25: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) No Prefácio à Filosofia Positiva de Auguste Comte, percebemos que Harriet Martineau:

a) Realiza uma defesa incondicional da obra de Auguste Comte.

b) Compreende o processo de desenvolvimento e socialização do pensamento científico, traduzindo Comte e o disponibilizando para leitores de língua inglesa.

c) Questiona os alicerces da produção científica e entende que o processo de publicização de informações deveria ser alterado.

d) Adota uma postura crítica em relação a esta obra de Comte de um modo geral sem pontuar o que considera frágil ou inadequado no livro que ela traduziu.

e) Foi contratada por Comte como sua tradutora e secretária para compilar suas publicações e editá-las após uma minuciosa tradução para a língua inglesa.

Questão 26: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Em seu artigo “Harriet Martineau (1802-1876): a analista social que inaugurou a Sociologia”, Alcântara (2021) afirma que:

a) A importância de Martineau na história da Sociologia foi fartamente documentada. Inobstante, ela não ocupa o cânone sociológico porque uma pesquisa na academia demonstrou rejeição à sua inclusão.

b) Martineau e outras sociólogas clássicas sofreram violência de gênero e violência epistemológica ao não serem incluídas na história da Sociologia e sofrido o inquestionável apagamento simbólico de suas obras e contribuições.

c) A obra de Martineau foi muito importante no processo de fundação da Sociologia, mas hoje é um anacronismo tentar recuperar sua obra e aplicar suas ideias à sociedade contemporânea.

d) Embora Martineau nunca tenha tido contato com Auguste Comte, existem registros amplamente conhecidos que indicam o quanto Comte gostaria que a obra de Martineau fosse traduzida para o francês e reconhecida.

e) Martineau foi retaliada na academia por não ter abordado temas como escravidão, democracia e a condição social da mulher devido à sua formação conservadora.

Questão 27: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) No artigo “O nascimento da observação social sistemática”, Alcântara (2022) entende que:

a) É difícil datar o momento em que as primeiras obras sobre metodologia de pesquisa são publicadas.

b) Ao remontarmos aos trabalhos escritos do século XIX, precisamos fazer uma adaptação no conceito de método sociológico para considerarmos o trabalho de Martineau nesta seara.

c) Martineau desenvolveu métodos e técnicas de coleta de dados, mas isso não a torna uma pioneira no campo da metodologia.

d) Existe uma grande diferença entre o tipo de pesquisa de campo e reflexão propostos por Martineau e o que convencionamos produzir na contemporaneidade.

e) Martineau foi a primeira socióloga e metodóloga da qual se tem notícias até o momento, por ter realizado uma ampla pesquisa social na primeira metade do século XIX.

Questão 28: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Em sua obra Como observar: morais e costumes, Harriet Martineau:

a) Defende a prática de generalização como o fundamento da pesquisa científica.

b) Afirma que a pesquisa é necessária ao público leigo e pode ser produzida por este sem qualquer dificuldade.

c) Entende que são necessários requisitos para que ocorra a observação social.

d) Discorre sobre a busca pela “verdade” a respeito de um dado fenômeno social ou fato social, mas desacredita a possibilidade de compreendermos algo sobre estes.

e) Explica como os requisitos para a observação centram-se em três categorias, sendo eles: filosóficos; sociológicos; morais.

Questão 29: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Alcântara (2021), em seu artigo “Harriet Martineau (1802-1876): a analista social que inaugurou a Sociologia”:

a) Compara Martineau a uma parturiente porque ela estava grávida no momento do nascimento da Sociologia.

b) Afirma que Martineau processou Comte para obter o reconhecimento de que havia nomeado a Sociologia antes dele.

c) Mostra como Martineau foi contra a disseminação da Sociologia, tendo optado por manter a tradição da filosofia social, e, por isso, foi excluída do cânone sociológico.

d) Explica como Martineau promoveu a obra de Auguste Comte trazendo-a ao mundo de língua inglesa, embora tenha gestado a Ciência da Sociedade duas décadas antes.

e) Demonstra como as obras de Martineau no campo da literatura atrapalharam o seu desenvolvimento intelectual e reconhecimento acadêmico.

Questão 30: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Harriet Martineau discutiu o papel e a relação entre o pesquisador e seu objeto de pesquisa. De acordo com ela:

a) O viajante não poderia ser considerado um pesquisador, pois não possuía qualificação acadêmica para tanto.

b) Durkheim estava correto ao afirmar os termos fato social e coisas, por essa razão ela os adota.

c) O pesquisador deveria se ater a estudar os princípios morais, não considerando os costumes como objeto de observação.

d) A qualificação técnica, científica e a reflexividade são inerentes ao trabalho do pesquisador, mas também o é a condição empática.

e) Não é possível realizar comparações entre princípios e realidade social, ou entre princípios e princípios.

Questão 31: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Acerca do método sociológico, a teoria martineauniana coincide com algumas considerações contemporâneas a respeito de como o pesquisador deve proceder ao realizar uma pesquisa de campo. Assinale abaixo a alternativa correta, de acordo com a teoria de Martineau no livro Como observar:

a) A tipologia empático relativista foi nomeada por Martineau em 1838 e pode ser amplamente aplicada ainda hoje.

b) O momento da coleta de dados não é adequado para a realização de generalizações.

c) As generalizações apressadas são, geralmente, realizadas por filósofos.

d) As amostras científicas não são boas representações dos universos pesquisados.

e) O observador leigo ou não filosófico produz importantes considerações sobre a realidade e, portanto, produz uma análise científica sobre a sociedade.

Questão 32: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) A obra de Harriet Martineau é a prova material de sua existência e contribuições para a pesquisa científica e a institucionalização das Ciências Sociais enquanto Ciência. A esse respeito a autora:

a) Entendia que somente a estatística era capaz de instruir o viajante e o filantropo a respeito da situação social que estavam observando, cabendo vasculhar os arquivos e produzir instrumentos de medição capazes de elucidar as questões propostas.

b) Defendia que existiam várias formas de se coletar dados e que eles eram determinados em razão do tipo de objeto e da questão proposta. Porém, manifestava seu interesse em não conjugar tais formas, sob o risco de descaracterizar a pesquisa social.

c) Indicava que tanto o diário de campo quanto o caderno deveriam ser utilizados com bastante cautela e não serem mantidos como instrumentos necessários a qualquer situação. De acordo com ela, eles apenas eram úteis quando o viajante anotava os discursos dos colaboradores.

d) Afirmava que o viajante deveria se preparar para a coleta de dados e alinhavar os métodos e procedimentos necessários para se responder a uma dada pergunta, antes mesmo de ir a campo, preparando-se também por meio da pesquisa bibliográfica e de toda a informação disponível no período sobre o seu assunto de interesse.

e) Se referia aos termos fatos e classes de fatos, que tomou de empréstimo da obra de Durkheim, para descrever o objeto de estudo e chamava a atenção para a importância do discurso como um “comentário sobre as classes de fatos nacionais que o viajante observou”.

Questão 33: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) A respeito do uso da observação de discursos e coisas para a realização da pesquisa de campo, Harriet Martineau asseverou que, exceto:

a) O discurso é um instrumento importante para se identificar “o que interessa à maioria do povo”.

b) As coisas devem ser observadas antes de se atentar para os discursos sobre estas mesmas coisas.

c) O discurso serve como um comentário às coisas observadas pelo pesquisador.

d) É útil à pesquisa científica se dedicar a elucidar as diferenças dos “discursos privados” sobre um dado fato.

e) O discurso é capaz de exemplificar fatos gerais registrados pelo observador.

Questão 34: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Acerca da amostra e universo na pesquisa científica, no livro Como observar, Harriet Martineau explicou que:

a) A pesquisa de campo pode ser feita a qualquer tempo e com quaisquer informantes sem prejuízo para o resultado auferido.

b) A preocupação com os métodos envolve também uma estratificação adequada do universo a ser pesquisado, embora ela não use este termo para se referir a esse procedimento.

c) A representatividade da amostra não é um problema colocado por Martineau, mesmo que ela tivesse a preocupação em observar e entrevistar um público diverso e em quantidade.

d) Não cabe apenas a preocupação com quais são os requisitos para a observação social, mas também o que e como se deve observar os discursos dos indivíduos, não as coisas.

e) Os viajantes tinham uma formação adequada para evitar que uma amostra viciada não fosse utilizada para a realização da pesquisa de campo, impedindo que esse grave problema metodológico contaminasse o resultado auferido.

Questão 35: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) A respeito da obra de Flora Tristan (1803-1844) é incorreto afirmar:

a) Sua obra foi marcada por um estilo não acadêmico, principalmente devido ao fato de que Flora teve uma infância e juventude humildes, que limitaram suas chances de estudo e acesso à educação num sentido amplo.

b) Escreveu Peregrinações de uma pária em homenagem a seu marido, defendendo o fim da possibilidade do divórcio, que, segundo ela, prejudicava a sobrevivência das mulheres de sua sociedade.

c) Elaborou propostas via petições e publicações em jornais de circulação acerca de mudanças necessárias na sociedade, como, por exemplo, quanto ao divórcio e à pena de morte.

d) Morreu numa jornada que empreendeu pela França para divulgar sua obra União dos Operários e após ter sofrido um atentado que lhe deixou sequelas que debilitaram sua saúde.

e) Lutou para que os operários, mesmo não sabendo ler, pudessem compreender formas alternativas de associação e solução dos problemas que os acometiam, mas também a compreender que a luta por igualdade também passa pela igualdade entre os sexos.

Questão 36: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Considerando-se o conceito de Sociologia do Direito (SD) trabalhado em sala de aula em contraponto à obra de Harriet Martineau (1802-1876), podemos considerar que:

a) Inexiste uma SD na obra de Martineau, não tendo sido essa uma preocupação desta autora;

b) É possível considerar, em razão dos objetos abordados, que Martineau se atentou para problemas relacionados ao Direito, como a punição, a regulação de mercados, a liberdade, a polícia, o ensino, entre outros na obra Como observar, desenvolvendo assim uma SD ainda no século XIX;

c) A SD foi criada no século XX, portanto, é uma impropriedade técnica afirmar que autoras(es) clássicas(os) a produziram;

d) Martineau entendia que era preciso observar a política e como ela influenciava a produção do Direito, não o contrário, já que este último não é capaz de limitar ou promover a ação social.

Questão 37: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Em seu livro Como observar, Martineau abordou o “Tratamento da culpa” e o “Testemunho de crimes”. A este respeito, informe qual assertiva é verdadeira:

a) A obra citada não aborda a relação entre crimes e sociedade, apenas enunciando pressupostos moralistas acerca do “tratamento da culpa”;

b) Para Martineau, de nada adiantava entrevistar criminosas(os), pois eles poderiam induzir o viajante a erro.

c) Embora o texto seja bastante associado a uma referência a estudos e pressupostos criminológicos, Martineau relaciona “velha vingança” a “métodos antigos”, sem considerar que a primeira é definida em grande medida pela ignorância, fanatismo e apatia, por exemplo.

d) Martineau acreditava que o processo de reformas havia atingido o sistema prisional, abolindo a “velha vingança” e produzindo um tratamento mais humano.

Questão 38: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Em sua obra Sociedade na América, Martineau também discute, entre outros assuntos, como a sociedade se relaciona com o que considera “desvios” ou “crime”. Com relação a isso ela:

a) Ignora os linchamentos sociais como elementos representativos de convulsão social ou crise estrutural, já que são cometidos pelo povo de um modo geral;

b) Se debruça sobre a discussão das execuções físicas (como queimar os acusados na fogueira), ou nas perseguições por opinião (numa espécie de isolamento social), até chegar aos linchamentos como característicos da ausência da presença do Estado e até mesmo da sua conivência com a atitude de um tipo de “cavalheiros”;

c) Entende que é desnecessário discutir a perseguição por opinião, pois o que é relevante para o viajante são os casos de violência física, principalmente de execuções políticas e religiosas;

d) Advoga pela necessidade de compreendermos como a multidão, a horda, consegue arregimentar a aristocracia local para promover os ataques violentos, colocando esta como uma questão importante a ser estudada pelo filantropo.

Questão 39: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) As relações sociais, as instituições econômicas e sua relação com o Direito também foram problematizadas por Harriet Martineau em várias obras. A esse respeito, considere as alternativas abaixo e indique a correta:

a) Os mercados são os mesmos em todas as sociedades conhecidas e os indivíduos os utilizam como único meio para prover os bens que necessitam para suprir suas necessidades de vida;

b) A pobreza tem muito a dizer acerca das morais domésticas e, por esta razão, condiciona e exprime o Direito de uma dada localidade;

c) Não existe uma correlação entre sociedades não bárbaras e não oprimidas com a existência de mercados bem supridos e povo bem atendido em suas necessidades;

d) Como produzimos, socializamos a nossa produção de riqueza e estruturamos formas e relações de trabalho não é um tema importante para se analisar o Direito constituído em cada sociedade.

Questão 40: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) De acordo com a teoria de Harriet Martineau em Como observar:

a) A entrevista a pessoas que estejam cumprindo penas em sistemas prisionais é facilitada pelo fato de que, no século XIX, o cumprimento da pena era realizado de modo isolado, o que estimulava o interesse delas em querer algum tipo de contato social;

b) Não era importante averiguar como a “visão da sociedade” sobre a gravidade de crimes afetava a vida cotidiana e o próprio sistema de punições, já que as morais prevalecentes não se faziam representar dessa forma;

c) O sistema prisional deve ser comparado à enfermaria. Contudo, os métodos de punição legal do período estudado por ela não haviam sofrido ainda a influência da reforma prisional e do “espírito de Howard”.

d) Barbarismo é aquele relativo às sociedades primitivas, que se contrapõe evolutivamente ao presente nas sociedades ditas civilizadas e citadinas.

Questão 41: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Quanto ao estudo da pobreza, da caridade pública e a relação com o Direito podemos realizar a comparação da contribuição entre duas(dois) autoras(es) em particular:

a) Flora Tristan, em União dos Operários, e Alexis de Tocqueville, em Ensaios sobre a pobreza, na medida em que ambos previam que a caridade pública era essencial para o desenvolvimento da sociedade;

b) Harriet Martineau, em Como observar, e Flora Tristan, em Necessidade de acolher bem as mulheres estrangeiras, já que ambas entendem ser a caridade pública um elemento necessário ao progresso social;

c) Harriet Martineau, em Como observar, e Flora Tristan, em Necessidade de acolher bem as mulheres demonstraram a necessidade de se criar sociedades filantropas para resolver os problemas sociais ligados à pobreza e promover o progresso com a caridade privada;

d) Harriet Martineau, em Como observar, e Alexis de Tocqueville, em Ensaios sobre a pobreza, embora para a primeira a caridade se divida em dois tipos, cabendo ao Estado modificar as condições estruturais para combater a pobreza, e o segundo advogava pelo fim da caridade pública, por sua corrupção dos pobres e promoção do aumento da pobreza.

Questão 42: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Ao compararmos as obras de Harriet Martineau e Karl Marx estudadas na disciplina, podemos afirmar que:

a) Marx não tem uma teoria de classes e Martineau não entende que classes seja uma referência importante para se compreender uma sociedade;

b) Marx desenvolveu uma teoria de classes, assim como Martineau, sendo que esta se valeu da perspectiva do primeiro para aprimorar sua análise quanto a este tema;

c) Tanto Martineau quanto Marx se preocuparam em discutir as diferenças e a relação entre posse e propriedade fundiária, bem como suas consequências;

d) Martineau se dedicou a discutir as classes agrícolas, de fabricantes e comerciais, enquanto Marx se concentrou numa condição de classe restrita à modernidade urbana e industrial.

Questão 43: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Autoras como Flora Tristan e Harriet Martineau se dedicaram a discutir a sociedade também a partir dos ambientes domésticos e de instituições pouco problematizadas e tomadas como dogmas, como o casamento, filiação e condição social da mulher. De acordo com o que foi abordado em sala acerca das contribuições destas autoras indique a alternativa correta:

a) Flora Tristan era contrária ao divórcio, por isso defendeu a tese de que as mulheres estrangeiras solteiras deveriam ser tratadas de modo distinto das casadas e viúvas;

b) Harriet Martineau entendia que existem vários tipos de casamento e sua configuração ou “arranjo” diz muito acerca das sociedades, se são despóticas ou democraticamente constituídas;

c) Harriet Martineau defendia que o casamento não deveria ser considerado como um “pacto”, mas como uma determinação unilateral pautada na noção de hierarquia e comando;

d) Para Flora Tristan e Harriet Martineau o consentimento da mulher era algo a ser adquirido no futuro, tendo em vista que estas ainda não haviam chegado a um grau de desenvolvimento adequado no século XIX.

Questão 44: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) A respeito de crimes, acusados e dos tipos de sistema prisional, Martineau assevera que:

a) A Ciência da Sociedade não tem por objeto os tipos de ofensas que os indivíduos supostamente cometem contra a coletividade;

b) A predominância de determinados tipos de crimes, seja contra a política, a propriedade ou as pessoas, demonstra as morais prevalecentes e ajuda a compreender o tipo de sociedade no qual estes são classificados;

c) É necessário estudar os crimes predominantes numa sociedade, mas isso não implica conhecer como a estrutura e as relações sociais funcionam, ou o que é valorado e precisa ser protegido nesta.

d) Uma sociedade desigual e opressiva não pode ser visualizada a partir do tipo de crime prevalecente nela.

Questão 45: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Flora Tristan (1803-1844) foi uma autora popular que se dedicou, tal como sua conterrânea Olympe de Gouges (1748-1793), a discutir problemas sociais e a propor formas de solucioná-los, constituindo-se assim como uma das pioneiras na elaboração de políticas públicas. Sobre suas obras União dos operários e Necessidade de acolher bem as mulheres estrangeiras pode-se afirmar o seguinte:

a) A autora entende que a modernidade não deveria superar as instituições da sociedade feudal e que esta deveria ser resgatada, principalmente quanto aos princípios jurídicos;

b) A sociedade moderna nega as formas de associação, fazendo com que seja difícil solucionar problemas sociais e econômicos identificados, restando a resignação e recorrer a fórmulas já disponíveis;

c) Flora discute os tipos de mulheres estrangeiras e como elas são tratadas, não apenas na França, mas também na Inglaterra e no continente americano, alegando que as viagens são importantes como estratégias de aquisição de conhecimento empírico sobre seu próprio país e países estrangeiros.

d) Flora Tristan se inspirou no Manifesto do partido comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels para escrever esses textos sobre a importância da revolução política na mudança da condição social de operários e mulheres.

Questão 46: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Marianne Schnitger (1870-1954), mais conhecida pelo sobrenome que adotou após o casamento com seu primo, Max Weber, deixou vários escritos sobre a condição das mulheres na modernidade e a relação com o Direito. Entre estes escritos se encontra Profissão e matrimônio, publicado em 1905. Nele, Schnitger alega que:

a) não deveria ter ocorrido a utilização das máquinas, no século XIX, para a produção das mercadorias de uso diário, como vestimenta e alimentação, pois isso atrapalhava o desenvolvimento das instituições modernas;

b) com a modernidade, vários itens que eram produzidos nos núcleos domésticos passaram a ser comercializados, o que acabou por liberar as mulheres do tempo integral exclusivamente dedicado ao trabalho doméstico e investirem em carreiras no mercado, com o intuito de adquirirem autonomia financeira para comprarem os bens que já não produziam;

c) o trabalho externo não era adequado para mulheres, pois prejudicava a vida familiar e suas atribuições naturais, que não poderiam ser sobrepostas por atribuições sociais recentemente surgidas;

d) quando conseguiam trabalho no mercado, as mulheres casadas geralmente alcançavam uma tal autonomia moral, financeira e social que podia se abster das relações domésticas e seus afazeres para cultivar o cuidado pessoal e a sua carreira profissional.

Questão 47: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Em seu livro Sociedade na América, Harriet Martineau (1802-1876) se debruça logo no primeiro volume sobre o tema Política. A esse respeito ela fez várias considerações fundadas nas observações e nos estudos que empreendeu preparando-se para ir para os Estados Unidos e nos dois anos em que lá permaneceu. Inobstante, sua teoria versa sobre questões ainda hoje profundamente relevantes acerca de como as instituições se relacionam com a sociedade, os movimentos sociais e os indivíduos. Considere as assertivas abaixo e indique a correta:

a) Martineau questionou o processo de assentimento dos Estados à constituição em 1788, afirmando que os meios utilizados não haviam sido justos e que a população, em sua maioria, era contrária ao definido pela “alta autoridade”;

b) De posse da informação decorrente de suas observações e de dados coletados de que o Senado norte-americano ignorava o direito de petição do povo, Martineau afirma nesta obra que este é um direito que não poderia ser violado, mas que dados assuntos para os quais não se queria dar visibilidade poderiam ser considerados uma exceção razoável;

c) O Legislativo era o núcleo democrático que conseguia garantir o empenho das demais instituições e o poder despótico estava ligado a relação entre favorecidos e injuriados que não eram relatadas neste poder no sistema democráticos dos Estados Unidos;

d) Para Martineau a Democracia pode ser observada nas sociedades em que o regime é instalado e não sofre investidas contrárias, demonstrando assim que é forte e sólida.

Questão 48: (Fernanda H. C. Alcântara, Brasil) Nos estudos de Sociologia do Direito alguns temas são recorrentes, entre eles a discussão sobre o papel do Estado, seu funcionamento, as instituições sociais e o povo. Para Harriet Martineau (1802-1876):

a) as manifestações da “maioria” e como elas são lidas política e socialmente são elementos decisivos ao fazermos a diferenciação entre regimes despóticos e democráticos, principalmente no que tange aos riscos que aquelas provocam nestes últimos;

b) ao viver nos Estados Unidos, ela tinha “a experiência adquirida” sobre a “definitiva ascendência do desejo da maioria”;

c) o povo deveria ser instruído a ocupar posições subalternas e entender o papel da elite política numa democracia representativa, considerando este o melhor modelo a ser seguido pela Europa a partir da experiência dos Estados Unidos;

d) os “erros não corrigidos” que atentavam contra o direito ou desejo da maioria não atrapalhavam o desenvolvimento de uma Democracia legítima.