Questões de Concurso: COSEAC 2022 Sociólogo UFF
Olás,
seguimos agora com nossa 76ª prova de concurso.
21 Na obra As Regras do Método Sociológico Emile Durkheim busca afirmar o que deve ser, segundo ele, o campo de estudos e o objeto da sociologia, a saber:
(A) o suicídio.
(B) as patologias.
(C) o fato social.
(D) o direito.
(E) as regras sociais.
22 Para Thomas Hobbes, a busca pela satisfação das próprias vontades produz o Estado de Natureza, insustentável em uma sociedade. Como forma de manter a coesão social é estabelecido um “pacto social”, que promove a
(A) “pacificação” dos conflitos sociais a partir de um processo civilizador, que implica na produção subjetiva de autocontrole e na introjeção de comportamentos considerados mais racionais.
(B) limitação das vontades por uma autoridade soberana, que ao ordenar a vida social garante a paz entre os indivíduos que dela fazem parte em troca da perda da liberdade individual.
(C) transição do feudalismo para o modo de produção capitalista, que ocorre pela transformação das relações de produção e impacta de forma revolucionária nas forças produtivas.
(D) unificação dos diferentes grupos em estado-nação, que se organiza a partir de identidades étnicas e culturais e exclui de seus limites os sujeitos que não compartilham da mesma nacionalidade.
(E) irrupção de comportamentos violentos e legitima a intervenção violenta do estado através dos meios repressivos, produzindo um governo totalitário e a perda da autonomia.
23 “Esta comparação pode começar pelo sentido do trânsito na Inglaterra, que segue a mão esquerda; pelos hábitos culinários franceses, onde rãs e escargots (capazes de causar repulsa a muitos povos) são considerados como iguarias, até outros usos e costumes que chamam mais a atenção para as diferenças (...)”. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Editora Zahar [Companhia das Letras], 1986, p. 14.
Neste fragmento Laraia busca exemplificar que as diferenças de comportamento entre indivíduos devem ser explicadas através das diversidades
(A) culturais.
(B) biológicas.
(C) ambientais.
(D) hereditárias.
(E) geográficas.
24 Weber e Durkheim são considerados fundadores da Sociologia, e apresentam perspectivas diferentes sobre qual deve ser método de análise. A partir da comparação entre os conceitos de fato social e tipo-ideal, é possível apontar que uma diferença metodológica entre os dois seria que
(A) para Durkheim o modelo das ciências humanas é diferente do modelo das ciências naturais, enquanto Weber defende que os mesmos parâmetros sejam aplicados a ambas as ciências.
(B) para Durkheim o pesquisador deve se colocar no lugar do indivíduo pesquisado e traduzir suas motivações, enquanto Weber argumenta que a pesquisa deve se ater à descrição das interações.
(C) para Durkheim a sociologia é experimental, enquanto para Weber a sociologia é a descrição das relações sociais como se fossem coisas, sem considerações subjetivas.
(D) para Durkheim a pesquisa deve ser objetiva, com separação entre sujeito e objeto, enquanto para Weber a definição do objeto é permeada pelos juízos de valor do pesquisador.
(E) para Durkheim o campo de estudos da sociologia dialoga com campos próximos, como a psicologia e a economia, enquanto para Weber o objeto sociológico é específico e comparável.
25 Na Ciência Política um dos campos de estudo é o chamado Pensamento Político Brasileiro, cujo nome expressa a
(A) relação com a filosofia, ciência mais antiga e que deu origem à ciência política, e por isso tantos filósofos são também cientistas políticos.
(B) valorização da identidade nacional acima de filiações a escolas teóricas estrangeiras, ainda que o diálogo entre pesquisadores nacionais e estrangeiros sempre tenha existido.
(C) valorização da identidade nacional acima de filiações a escolas teóricas estrangeiras, com a rejeição à “importação” de ideias consideradas estranhas à nossa realidade.
(D) proximidade com o campo do Pensamento Social Brasileiro, que reúne intelectuais e pesquisadores interessados na investigação das mentalidades dos brasileiros.
(E) herança do período anterior ao da especialização universitária, quando juristas, filósofos, sociólogos e economistas também escreviam sobre o tema.
26 No quadro abaixo, chamado “A Redenção de Cam” e pintado em 1895, o pintor espanhol radicado no Brasil, Modesto Brocos, retrata uma família brasileira em que a avó possui a pele escura, sua filha possui um tom de pele mais claro e seu neto é branco, filho de um homem também branco. Na tela todos parecem estar felizes, e a avó traz suas mãos elevadas ao céu.
A imagem serviu de capa para um artigo apresentado por João Batista de Lacerda (1846- 1915) no Congresso Universal das Raças, realizado em Londres em 1911, e é considerado uma defesa do branqueamento da população negra brasileira, o que teria por consequência a
(A) promoção da tese da redução do conflito entre os diferentes grupos raciais através da educação das novas gerações para uma cultura de paz.
(B) transformação do Brasil em um país de “racismo por segregação”, onde as famílias são dissolvidas quando seus membros pertencem a grupos raciais diferentes.
(C) ruptura com a proposta de miscigenação que caracteriza o “mito da democracia racial”, já que o fenótipo do bebê é branco, e não mestiço.
(D) manutenção do chamado “racismo à brasileira”, que postula que as pessoas negras celebrariam o embranquecimento, seu e de seus descendentes.
(E) politização da arte, especialmente da arte plástica, pois o quadro foi usado para defender uma tese racista, o que não era a intenção de seu autor.
27 Em relação ao individualismo, podemos afirmar que Karl Marx e Emile Durkheim
(A) concordavam sobre o individualismo liberal e o metodológico, que ambos rejeitavam.
(B) concordavam sobre o individualismo liberal e o metodológico, que ambos defendiam.
(C) discordavam sobre o individualismo liberal e concordavam sobre o individualismo metodológico.
(D) discordavam sobre o individualismo metodológico e concordavam sobre individualismo liberal.
(E) concordavam apenas sobre o individualismo metodológico, que ambos rejeitavam.
28 O termo “revolução passiva”, cunhado por Antônio Gramsci, descreve processos políticos onde o grupo social que ascende ao poder o faz sem rompimento ou revoluções, mas através de adaptações e mudanças graduais. Alvaro Bianchi defende em artigo de 2017 a caracterização dos dois primeiros governos de Luís Inácio Lula da Silva como uma “revolução passiva”, porque
(A) a chegada ao poder se deu pelo voto e não por um processo revolucionário, o sujeito da transformação foi a classe trabalhadora, mas a participação política do conjunto da classe não foi realizada de forma plena em função da governabilidade.
(B) a chegada ao poder se deu pelo voto e não por um processo de guerra civil, o sujeito da transformação foi um partido político, e a participação política ocorreu apenas entre os membros da classe política, sem a incorporação de novos atores. (C) a chegada ao poder se deu pelo voto e não por um processo de guerra civil, o sujeito da transformação foi o estado, e a participação política foi ampliada com a incorporação de novos atores, entre eles quadros da burocracia sindical. (D) o país rompeu com sua situação de economia dependente e financeirizada dentro do sistema capitalista mundial, o sujeito da transformação foi a classe trabalhadora e a participação política do conjunto das classes subalternas se deu de forma ativa. (E) o país não rompeu com sua situação de economia dependente e financeirizada, o sujeito da transformação não foi a classe trabalhadora, e a participação política do conjunto das classes subalternas se deu de forma passiva.
29 Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro, ou seja, ela acontece quando o indivíduo dá sentido ao que faz e espera que esse sentido seja compreendido pelo outro. Assim, o papel do sociólogo é interpretar o sentido atribuído à ação pelo indivíduo. Por isso sua abordagem pode ser nomeada como sociologia
(A) determinista.
(B) agencial.
(C) positivista.
(D) compreensiva.
(E) pós-moderna.
30 Diversas pesquisas apontam a existência de diferenças entre escolas públicas localizadas em bairros mais centrais e onde moram classes médias e altas em contraste com escolas localizadas em bairros periféricos de local de moradia da classe trabalhadora – em termos de recursos, investimentos, condições de funcionamento etc. Assim, os filhos da classe trabalhadora possuem menos oportunidades de acesso a um ensino de qualidade e, consequentemente, melhores vagas no mercado de trabalho. A sociologia urbana classifica esse fenômeno como
(A) efeito de lugar.
(B) desigualdade programada.
(C) viés-geográfico.
(D) desemprego estrutural.
(E) meritocracia.
31 Na obra “A casa e a rua: Espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil”, Roberto DaMatta argumenta que casa e rua não são, na sociedade brasileira, apenas espaços geográficos diferentes, mas entidades morais, domínios culturais institucionalizados diversos. Neste sentido, o brasileiro se comporta de forma diferente nesses espaços, o que explicaria nossa relação com valores como cidadania, igualdade e direitos. Isso acontece porque
(A) a casa representa o desejo da propriedade privada, valor estruturante da sociedade capitalista, enquanto a rua é coletiva e universal, sem dono.
(B) a rua é o espaço da competição pela sobrevivência, onde todos estão em guerra contra todos, enquanto na casa o que impera é a colaboração entre os indivíduos.
(C) a rua representa a violência urbana nessa analogia, em oposição ao espaço da casa, marcado pela segurança e pela proteção a todos os membros da família.
(D) a casa é o domínio da incerteza e da insegurança, porque não é regida por leis e normas, enquanto na rua podemos exigir nossos direitos.
(E) a casa é o ambiente familiar, onde somos pessoas, enquanto a rua é o espaço da impessoalidade, onde deveríamos ser todos iguais.
32 Tanto Thomas Hobbes quanto Max Weber preocupam-se, em seus escritos, com a natureza da ordem social e a manutenção da coesão social. Apesar de suas diferenças, ambos concordam que, para que isso aconteça, foi preciso que cessasse a violência entre os membros do corpo social. A forma de organização social responsável por tal “pacificação” foi, segundo Hobbes e Weber, respectivamente,
(A) o pacto social, que cessou a guerra de todos contra todos, e a legitimação do estado enquanto único detentor legítimo do monopólio da violência.
(B) a legitimação do estado enquanto único detentor legítimo do monopólio da violência e o pacto social, que cessou a guerra de todos contra todos.
(C) o pacto social, que promoveu a guerra de todos contra todos, e a racionalização do estado através da transição para a dominação legal.
(D) a formação dos estados-nacionais, resultado das guerras entre diferentes tribos, e a racionalização do estado através da transição para a dominação legal.
(E) a introjeção do autocontrole resultado do processo civilizador e a racionalização do estado através da transição para a dominação legal.
33 Denúncias recentes apontam que a desnutrição e o adoecimento entre comunidades yanomami estaria relacionada à inação do governo federal frente à crise humanitária, e revelam um aspecto da história brasileira que pode ser nomeado como
(A) aculturação.
(B) migração.
(C) etnocídio.
(D) modernização.
(E) socialização.
34 Preocupado com o poder, Max Weber conceitua Estado como a única instituição social autorizada a exercer de forma legítima a violência. Para essa formulação aciona as categorias de legitimidade e obediência. Assim, para o autor, o Estado encontra legitimidade em suas ações quando seus cidadãos
(A) são convencidos pela constatação da melhora de vida, em termos objetivos (como o aumento do salário-mínimo) e subjetivos (como o reconhecimento de líderes internacionais).
(B) são forçados a obedecer, em função da violência estatal exercida por meio dos aparelhos repressivos do estado que retaliam aqueles que escolhem desobedecer.
(C) subordinam-se por reconhecerem sua autoridade, que pode ter por base tanto a tradição compartilhada, o carisma do líder, quanto a competência do corpo administrativo.
(D) submetem-se por não terem consciência da opressão, pois são manipulados pelos meios de comunicação e outros aparelhos privados de hegemonia.
(E) mobilizam-se para apresentar suas reivindicações no espaço público, e através de representantes na política institucional têm suas demandas atendidas.
35 No capítulo 24 do Livro 1 de O Capital, Karl Marx descreve o que nomeou como “A Assim Chamada Acumulação Primitiva”. Segundo o autor, tal processo foi composto por uma diversidade de fenômenos históricos, como a escravidão e o tráfico de escravizados, a exploração das colônias ultramarinas através de saques, os monopólios mercantis, a desapropriação de terras da Igreja Católica e o cercamento de terras. Este último, especificamente, separou o produtor direto dos seus meios de produção. Ao descrever esse último processo, Marx descreve as condições de surgimento
(A) da aristocracia e da classe média.
(B) do proletariado.
(C) dos escravizados.
(D) dos precarizados.
(E) do exército industrial de reserva.
36 Lélia Gonzales diferencia o racismo experimentado nos Estados Unidos da América, de colonização anglo-saxã, do experimentado na América Latina, de colonização ibérica. Para ela o primeiro seria um racismo por segregação, enquanto segundo se daria por denegação. Como consequência, enquanto lá a identidade negra foi reforçada, por aqui o mito da democracia racial imperou durante séculos, podendo ainda ser visto em diversas situações contemporâneas. Esta diferença ocorre, nos termos da autora, porque
(A) a sociedade latina é tão hierarquizada e permeada pelo racismo que os privilégios dos brancos estão garantidos sem a necessidade de formas abertas de segregação.
(B) a nação brasileira foi construída a partir de uma legislação herdada da coroa portuguesa que não reconhecia a existência de outros povos aqui a não ser os descendentes de portugueses.
(C) o fato de a América Latina ter sido colonizada por portugueses e espanhóis não promoveu a mesma identidade nacional observada nos Estados Unidos da América.
(D) o tipo de colonização realizado aqui, de exploração dos recursos naturais através de trabalhadores escravizados, não desenvolveu uma consciência de classe entre os nativos.
(E) a pobreza que caracteriza nosso continente acabou por abafar o problema do racismo, porque outras questões se sobressaíram, como o analfabetismo e a desnutrição.
37 “A marca da Europa moderna foi, sem dúvida, a instabilidade expressa na forma de crises nos diversos âmbitos da vida material, cultural e moral. Foi no cerne dessas dramáticas turbulências que nasceu a Sociologia enquanto um modo de interpretação chamado a explicar o “caos” até certo ponto assustador em que a sociedade parecia haver-se tornado”. (QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia Monteiro de. Um toque de clássicos. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2002, p. 9). Sobre as crises mencionadas acima, as autoras fazem referência à(ao)
(A) melhoria nas condições de vida resultante da urbanização.
(B) contato estabelecido com outras sociedades em função da colonização.
(C) surgimento de novas expressões religiosas decorrentes da Teologia da Prosperidade.
(D) patologização de orientações e identidades sexuais e de gênero consideradas desviantes.
(E) avanço do capitalismo como modo de produção dominante.
38 Em sua teoria da mais-valia Karl Marx produz uma radical crítica imanente da teoria econômica clássica a partir do diálogo com os autores
(A) Adam Smith e John Locke.
(B) David Ricardo e William Stanley Jevons.
(C) Ludwig von Mises e William Stanley Jevons.
(D) Adam Smith e David Ricardo.
(E) John Locke e Ludwig von Mises.
39 Pesquisadores de sociologia urbana no Brasil se debruçaram, a partir dos anos 1960, sobre o problema da migração da população rural para as grandes cidades, formando as periferias e favelas que hoje conhecemos. Contrapondo-se às teorias que explicavam o fenômeno a partir de aspectos culturais – como a teoria da “cultura da pobreza” de Oscar Lewis – esses pesquisadores buscaram comprovar que
(A) pobreza e a exclusão social são resultado da falta de valores modernos entre os moradores de favela.
(B) políticas de desenvolvimento social são capazes de “modernizar” tais territórios, tornando-os prósperos.
(C) favelas e periferias são reminiscências do rural na cidade e, portanto, seus habitantes não compartilham dos mesmos valores de quem já nasceu no espaço urbano.
(D) pobreza e a exclusão social são resultado da falta de políticas públicas que regulem a ocupação dos espaços e cobre as taxas devidas.
(E) moradores de favelas e periferias compartilham dos “valores urbanos”, como individualidade, progresso econômico e liberdade.
40 “Antes de morar em outra cidade, o pesquisador Alessandro Barnabé Ferreira Santos, 28, mantinha a tradição de sentar-se com a família em São Luís, no Maranhão, e dividir as horas do café, do almoço e do jantar. Mas a vida caminha para a frente, e há hábitos que ficam para trás. Hoje, em São Paulo, concluindo o doutorado em literatura na USP, ele diz que costuma comer as refeições sozinho e tampouco tem a rotina de cozinhar. Para se alimentar, opta por uma facilidade da vida moderna: aplicativos de entrega. ‘Uso e abuso de aplicativos de entrega devido ao meu dia a dia. O tempo que gastaria para preparar minha comida posso usar para outras coisas. Tempo de espera é um tempo de produção perdido’, afirma ele, um dentre milhões de usuários de ferramentas que se tornam populares em um contexto de refeições solitárias e escolhas não exatamente saudáveis”. (ZOCCHIO Guilherme. O sucesso dos apps de entrega, entre a solidão e a comida-porcaria. O Joio e o Trigo. 03 de dez. de 2019. Disponível em: < https://ojoioeotrigo.com.br/2019/12/o-sucesso-dos-apps-de-entrega-entre-a-solidao-e-a-comida-porcaria/>. Acesso em 25 de jan. de 2023). O sucesso dos aplicativos de entrega de comida, retratados na matéria, expressam a conjunção de dois fenômenos da modernidade, que são:
(A) a perda de laços familiares e o aumento do tempo para preparação de alimentos.
(B) o crescimento das taxas de obesidade e a intensificação da jornada de trabalho.
(C) a migração para as cidades e o aumento na escolaridade da população.
(D) a fragilidade das relações sociais e a intensificação da jornada de trabalho.
(E) o crescimento da urbanização e a diminuição no consumo de alimentos.
41 Observa-se uma correlação, na teoria weberiana, entre os tipos de ação social e os tipos puros de dominação legítima. Assim, à ação racional orientada para fins associa-se o tipo de dominação:
(A) Tradicional
(B) Carismática
(C) Democrática
(D) Burguesa
(E) Legal
42 “Vai ter indígena com iPhone, sim. Estamos
conectados, mas mais do que isso: ampliando
vozes e conquistando espaços até então nunca
alcançados”.
(GUAJAJARA, Lídia. Vai ter indígena de Iphone, sim. Portal Terra.
Opinião. Brasília, 12 de mai. de 2022. Disponível em:
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