Questões de Concurso - Consulplan 2022 - SEED-PR - Professor de Sociologia

 

Bora para a nossa prova 67? Segue abaixo um certame interessante para utilização em sala de aula.

Questão 09 Karl Marx, olhando para o homem, encontra-o submisso, sem identidade, subjugado, como passou a denominá-lo. Para ele, isso era inconcebível. O homem jamais poderia continuar vivendo nessa condição injusta. Por isso, interessado em saber porque o homem chegou a essa despersonalização, ou também onde se encontram as causas de tal fenômeno, fez a análise ampla de todo contexto político e social de sua época (e de outras épocas). Marx percebeu, então, que são vários os tipos de subjugação, que ele chama de alienação; dessa forma, é possível afirmar que: 

A) A ideologia e o Estado capitalista inibem a consciência do trabalhador em relação à praxis social e política. 

B) O trabalho produtivo gera um anseio utópico para o proletário de ser o possuidor dos meios de produção e senhor do capital. 

C) O fundamento da alienação, segundo o filósofo, encontra-se na revolução, uma vez que as transformações não atingem todas as classes. 

D) O trabalhador relaciona-se com o produto do seu trabalho como algo em que domina o saber e reconhece como objeto natural do mundo.


Questão 10 O Iluminismo estimulava no plano das ideias uma cultura centrada na capacidade e na autonomia do indivíduo e defendia o predomínio da razão sobre a fé. Razão e ciência e não submissão a dogmas deveriam ser as bases para entender o mundo. Embora o movimento tenha surgido na Inglaterra e na Holanda, sua expressão máxima ocorreu na França. A aposta na razão tem consequências. Ver o mundo como fruto da ação dos indivíduos é diferente de considerá-lo resultado da vontade de Deus. Uma das consequências dessa perspectiva, que contribuiu para o surgimento da sociologia, foi a eclosão de duas grandes revoluções políticas do fim do século XVIII: A Revolução Americana e a Revolução Francesa. (BOMENY, 2016.) Ainda como consequência dessa mudança de perspectiva, e que influencia grandemente os acontecimentos que marcam a Idade Moderna e Contemporânea, podemos apontar: 

A) O triunfo de um poder centralizado, sem nenhum aparato burocrático e dissociado de ideias liberais ou de equidade social. 

B) Uma reação vertiginosa por parte das instituições religiosas, que se organizaram conjuntamente, e conseguiram manter a ideologia dominante. 

C) O surgimento e o apogeu, em pleno cenário de revoluções, de corporações de ofício que garantiam os direitos e a autonomia dos trabalhadores. 

D) Uma crença generalizada de que a capaacidade de mudar era fruto da vontade humana, ou seja, o próprio ser humano poderia ser o agente da mudança.


Questão 11 A estrutura social e o Estado resultam constantemente do processo vital de indivíduos determinados; mas não resultam daquilo que esses indivíduos aparentam perante si mesmos ou perante outros; e, sim, daquilo que são na realidade, isto é, tal como trabalham e produzem materialmente. (In.: Quintaneiro, Tânia. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber / Tânia Quintaneiro, Maria Ligia de oliveira Barbosa, Márcia Gardênia de Oliveira. – 2. Ed. rev. amp. – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.) No escopo da Teoria Sociológica Clássica, ao analisar o Estado, sua formação e suas concepções, Marx, Weber e Durkheim estabelecem teorias, que mais tarde são, ora refutadas, ora respaldadas por outros autores. Especificamente em Weber, o Estado: 

A) É essencialmente classista, ou seja, representante de uma classe social, no caso do Estado Moderno, da burguesia, que, por sua vez, dá origem à estrutura do próprio Estado. 

B) É um estado racional que detém o monopólio do uso legítimo da força física dentro do território que controla, condição que possibilita sua manutenção e sua legitimidade. 

C) Tem a função primordial de defender os interesses das classes dominantes por meio de seus instrumentos de regulação: sistema jurídico e aparado militar e policial. 

D) É um organizador da vida social, sendo independente dela, cujo propósito é fortalecer, ao mesmo tempo, a consciência coletiva, e assegurar a individuação mais completa que o estado social permita.


Questão 12 Segundo Colliot-Thélenè (1995), “a compreensão da ação social, longe de constituir um simples elo da exemplificação causal, é o método específico da sociologia, que daí extrai, por essa razão, sua denominação”. (A Sociologia de Max Weber. Catherine Colliot-Thélène. Google Livros.) Dentre os conceitos fundamentais da sociologia Weberiana estão os termos “ação” e “ação social”. Para tal sociólogo: 

A) A ação social é toda conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação, independente do alcance. 

B) A ação social é aquela orientada ao outro; a sociologia é a ciência que pretende entender, interpretando-a, para, dessa maneira, explicá-la casualmente em seu desenvolvimento e efeitos. 

C) As condutas humanas são tanto mais racionalizadas quanto menor for a submissão do agente aos costumes e afetos; dessa forma, elas podem se caracterizar como ações sociais de fato. 

D) Embora a sociologia não tenha a ver somente com a ação social, ela é o dado central, constitutivo dessa ciência e engloba ações reativas, sem um sentido pensado, como a de retirar a mão ao se levar um choque.


Questão 13 O filme “Uma noite de crime” (The Purge) começa com uma sequência impressionante de linchamentos, assassinatos e outras agressões cruéis vistas através de câmeras de segurança, ao som de uma doce música clássica. Um letreiro explica que os Estados Unidos instauraram uma lei permitindo a todos os cidadãos que se “purifiquem” (do verbo purge, que constitui o título original), cometendo todos os crimes que quiserem em uma única data específica, determinada pelo governo. Por causa desta violência institucionalizada, o nível de ocorrências policiais baixou, e a sociedade vive em perfeita harmonia 364 dias do ano – exceto pela selvageria durante a “noite de crime”, claro. A lei fictícia sugere que o grande pecado dos americanos não está em suas pulsões assassinas, que fariam parte de todos os seres humanos. (Uma Noite de Crime. Filme 2013. AdoroCinema.) Embora o relato do filme seja a descrição de uma situação claramente fictícia, na vida real existem momentos, em que, segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade cria momentos de interrupção das regras que regem os indivíduos. Sobre esse e outros conceitos relacionados à vida em sociedade, Durkheim afirma que: 

A) A anomia conduz os sujeitos ao isolamento perante a coletividade, gerando uma série de crises e patologias sociais. 

B) Nas sociedades modernas, na medida em que tudo se complexifica, a sociedade e as tradições são as únicas formas de heteronomia. 

C) A solidariedade, pautada na independência entre os indivíduos, cumpre um papel disciplinador e cria um ambiente de regulação anômica. 

D) A exigência de regras cria um estado de desarmonia entre os indivíduos e a coletividade, gerando expectativas irrealizáveis na estrutura social. 


Questão 14 [...] a Reforma significou não tanto a eliminação da dominação eclesiástica sobre a vida de modo geral, quanto à substituição de sua forma vigente por outra. E substituição de uma dominação extremamente cômoda que, na época, mal se fazia sentir na prática, quase só formal muitas vezes, por uma regulamentação levada a sério e infinitamente incômoda da conduta de vida como um todo, que penetrava todas as esferas da vida doméstica e pública até os limites do concebível. (WEBER, 2004, p. 30.) Max Weber realizou estudos pioneiros e elaborou importantes teorias da sociologia econômica e da sociologia das religiões. Em seus estudos concluiu que: 

A) A indisciplina, a corrupção e a promiscuidade das Igrejas durante o século XVI fizeram com que os fiéis repudiassem qualquer relação entre fé e atitudes relacionadas ao cotidiano. 

B) O capitalismo seria fruto de determinada característica do desenvolvimento humano que só os que alcançassem a fé teriam; o que geraria a organização ou não da vida em sociedade. 

C) Os processos sociais poderiam ser explicados apenas pelo fator econômico. As crenças, os valores e as ideias individuais e sociais seriam elementos complementares e decorrentes especificamente desse fator. 

D) A explicação religiosa da vocação foi de extrema importância para justificar as divisões do trabalho capitalista, pois tais divisões não poderiam ser injustas, pois cada indivíduo tinha a função que Deus havia lhe destinado. 


Questão 15 A sociologia do século XIX marca incontestavelmente o momento da reflexão dos homens sobre eles mesmos, aquele em que o social como tal é posto em questão [...]. Ela também exprime uma intenção não radicalmente nova, mas original por seu radicalismo, a de um conhecimento propriamente científico, baseado no modelo das ciências da natureza, tendo em vista o mesmo objetivo: o conhecimento científico deveria dar aos homens o controle de sua sociedade e de sua história assim como a física e a química lhes possibilitaram o controle das forças naturais. (ARON, Raymond. Apud CASTRO, Anna M. de; DIAS, Edmundo (Org.). Introdução ao pensamento sociológico. Rio de Janeiro: Eldorado, 1974. p. 24.) A reflexão sobre as origens e a natureza da vida social é quase tão antiga quanto a própria humanidade, mas a sociologia, como um campo delimitado do saber científico, só chega em meados do século XIX na Europa. A emergência da sociologia como ciência está relacionada, dentre outros fatores: 

A) Ao surgimento das primeiras universidades, que exigiam uma diversificação de conhecimentos para além das ciências naturais. 

B) À necessidade de se revitalizar o poder teológico, debilitado após os questionamentos reformistas, através respaldo positivista. 

C) À urgência da sistematização de ideologias que sustentassem os novos Estados Nacionais com nacionalismo e centralismo governamental. 

D) Às correntes de pensamento anteriores, que estabeleceram os alicerces da modernidade eurropeia – o racionalismo; o empirismo; e, o iluminismo. 


Questão 16 É mais ou menos consensual no âmbito das ciências sociais que a palavra “positivismo” tenha em alguns momentos um significado negativo, assim como já possuiu um significado positivo. Acompanhar a mudança de valoração dessa palavra é historiar uma parte importante da história das ciências sociais no Brasil e no mundo ao longo do século XX e início do século XXI. Por outro lado, o conteúdo desse “positivismo” não é algo consensual nem muito menos preciso, variando desde a equivalência à reação política da burguesia (com Lênin) até à razão instrumental que desumaniza (com a Escola de Frankfurt). Ainda afirma-se que o positivismo jurídico, o comportamentalismo psicológico, o positivismo na História são variações, ou melhor, aplicações do positivismo original, vinculado à filosofia e à sociologia. (TISKI, Sérgio. 2007. A questão da moral em Augusto Comte. Londrina: UEL.) Em quaisquer dessas hipóteses, a origem do “positivismo” é atribuída ao francês Augusto Comte (1798-1857), autor de várias publicações consideradas de muito valor. Dentre as suas ideias, encontra-se a afirmação de que: 

A) O desenvolvimento das coisas e fenômenos não é “ordeiro”, isto é, isento de conflitos ou sobressaltos e, portanto, não se pode esperar que nenhuma ciência o seja. 

B) As mudanças científicas ocorrem de maneira incompleta e lenta, desde que o homem conseguiu controlá-las, tanto no sentido socialmente disruptivo quanto no sentido da própria prática científica. 

C) A desmistificação da teoria do centro do universo teve consequências radicais, causando uma decadência intelectual irrecuperável da teologia e da própria ciência, que levou séculos para se reerguer. 

D) A passagem das fases teológica e metafísica para a positiva é muito importante; ela consiste em passar do absolutismo filosófico para o relativismo; nisso, consistindo uma verdadeira revolução moderna. 


Questão 17 Peter L. Berger e Thomas Luckman (2006), em sua obra, “A Construção Social da Realidade”, defenderam o processo de socialização como algo existente desde os primórdios da evolução humana, sendo essencial para a construção das sociedades em diferentes âmbitos do mundo. A definição literal de socialização é entendida como coletividade, como ato ou efeito de socializar, enquanto na sociologia ela é vista como um processo pelo qual o indivíduo é biologicamente integrado numa sociedade. De acordo com os mesmos autores, um ser humano não se insere em uma sociedade de fato, caso esteja sozinho. A ideia de que ele se torne um homem estando isolado é utópica. A construção de uma sociedade provém da relação entre um grupo de indivíduos, ou seja, o processo de socialização se inicia quando uma comunidade interage entre si, criando hábitos, costumes e, por fim, regras a serem seguidas. Dessa forma, analisam a atividade humana como conduta no ambiente material e também na exteriorização de significados subjetivos, além de afirmarem que toda atividade humana está sujeita a hábitos. (BERGER, P. L; LUCKAMANN, 2006.) Para a sociedade moderna entender o processo de socialização é importante para construir sociedades em vários contextos sociais. De acordo com as ideias do sociólogo francês Émily Durkheim:

A) Todo tipo de socialização ocorre exclusivamente na infância e se perpetua no âmbito da família. A criança, em suas primeiras relações sociais, já é o protótipo do adulto que irá se tornar. 

B) Esse processo de socialização pode até gerar algumas consequências positivas, mas se paga um alto preço por ele, uma vez que acaba resultando na massificação do indivíduo e da sociedade. 

C) A educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta. Com isso, ele afirma que o processo de socialização é provocado através de uma rede de relações sociais entre as pessoas durante a vida. 

D) Os processos de socialização são semelhantes em toda e qualquer sociedade, independente da realidade ou classe social na qual o indivíduo pertence, uma vez que faz parte da natureza humana socializar-se.


Questão 18 Na passagem do idealismo para o materialismo dialético, Ludwig Feuerbach (1804-1872), hegeliano de esquerda, foi uma figura- -chave. Feuerbach sustentava que a alienação fundamental tem suas raízes no fenômeno religioso, que cinde a natureza humana, fazendo com que os homens se submetam a forças divinas, as quais, embora criadas por eles próprios, são percebidas como autônomas e superiores. O mundo religioso é concebido por Feuerbach como uma projeção fantástica da mente humana, por isso mesmo alienada. A supressão desse mundo, por meio da crítica religiosa, faria desaparecer a própria alienação, promovendo a liberação da consciência. Embora inicialmente seduzidos pelas teses de Feuerbach, logo Marx e Engels rebateram-nas vigorosamente por considerarem tal crítica religiosa uma simples “luta contra frases”. É nesse ponto que a teoria marxista articula a dialética e o materialismo sob uma perspectiva histórica, negando, assim, tanto o idealismo hegeliano quanto o materialismo dos neo-hegelianos. (QUINTANEIRO, 2002.) Segundo Marx, os economistas de seu tempo não reconhecem a historicidade dos fenômenos que se manifestam na sociedade capitalista; por isso, suas teorias são comparáveis às dos teólogos. Ele questiona uma série de teorias e cria, por sua vez, teorias que até hoje geram longas discussões. O materialismo histórico e dialético, por exemplo, é um importante viés da teoria marxista; que ele afirma que: 

A) Ser a verdadeira filosofia, pois não é o ser social que determina a consciência dialética dos homens e, sim, a consciência de classe que determina o ser social e individual de cada um. 

B) Estar presente na  forma como a sociedade se organiza para produzir aquilo que é necessário para sua subsistência e acúmulo, bem como para garantir a satisfação de suas necessidades. 

C) Elencar entre os fenômenos naturais, aqueles que possuem um movimento, uma processualidade, descartando aqueles imbuídos de contradições, ou dialéticas que distanciem o indivíduo do real. 

D) Gerar as únicas coisas que podem afirmar as existências humanas como reais, ou seja, as interações nos grupos, ou estamentos sociais. Nesse ponto, Marx elege a metafísica como subsídio para suas ideias. 


Questão 19 A família é produto de um verdadeiro trabalho de instituição, ritual e técnico ao mesmo tempo que visa instituir de maneira duradoura, em cada um dos membros da unidade instituída, sentimentos adequados a assegurar a integração que é a condição de existência e de persistência dessa unidade. Os ritos de instituição (palavra que vem de stare, ‘manter-se; ser estável’) visam constituir a família como entidade unida, integrada, unitária, logo, estável, constante, indiferente às flutuações dos sentimentos individuais. Esses atos inaugurais de criação (imposição do nome de família, casamento etc.) encontram seu prolongamento lógico nos inumeráveis atos de reafirmação e de reforço que visam produzir, por uma espécie de criação continuada, as afeições obrigatórias e as obrigações afetivas do sentimento familiar (amor conjugal, amor paterno e materno, amor filial, amor fraterno etc.). (BOURDIEU, Pierre. O espírito de familia. In: Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996. p. 126. Adaptado.) Ao longo do tempo e da história, o conceito de família sofreu algumas transformações significativas, mas ainda mantém algumas características comuns. O conceito de família assume sua complexidade por relacionar a natureza humana, com a cultura, através da organização de grupos sociais. Para Durkheim, a família: 

A) Contém em seu germe não apenas a escravidão, como também a servidão, pois, desde o começo, está relacionada com o trabalho. Encerra em miniatura todos os antagonismos da sociedade. 

B) Ainda que esteja em contínuo processo de mudanças não é uma organização simples, nem tende a desaparecer rapidamente, embora venha sendo gradativamente substituída pela escola. 

C) Tem no matrimônio seu alicerce no qual a finalidade é a constituição familiar como ação social racional com relação a valores: tem como finalidade calculada o cumprimento de algum valor moral. 

D) Não deve suas virtudes à unidade de descendência: é simplesmente um grupo de indivíduos que se encontram próximos uns dos outros, no centro da sociedade política. A consanguinidade pôde facilitar essa concentração.


Questão 20 Condições fabris Os trabalhadores, em geral, formam um grupo de homens inofensivos, modestos e bem informados, embora eu desconheça a maneira como eles se informam. São dóceis e afáveis, se não os molestarem muito, mas isso não surpreende, quando consideramos que eles são treinados para trabalhar desde os seis anos de idade, das cinco da manhã até as oito ou nove da noite. Permanecem fechados em salas onde o calor é maior do que nos dias quentes do último verão, até de noite (se atrasarem alguns minutos, um quarto da jornada é descontado), sem intervalos, exceto os quarenta e cinco minutos para o jantar. Se comem alguma outra coisa durante o dia, têm de fazê-lo sem parar de trabalhar. Não há tempo de gozar da companhia da família: todos eles estarão também fatigados e exaustos. Esse não é um quadro exagerado: ele é literalmente verdadeiro. (Revolução Industrial e as mudanças no sistema fabril. Disponível em: 2designindust.wixsite.com. Adaptado.)

O processo conhecido por Revolução Industrial teve início na Europa durante os séculos XVIII e XIX. Ao contrário do que muitos acreditam, aconteceu em momentos diferentes nos países europeus. Em termos sociais e/ou econômicos, é correto afirmar que na Revolução Industrial: 

A) Ocorreu uma forte migração da população campesina para a cidade provocando, dessa forma, o aumento da população urbana, gerando, assim, um enorme crescimento urbano. 

B) Houve de imediato a criação de um sistema de fabricação que produzia tanto e a um custo tão baixo, que a produção passou a não dependermais da demanda existente, gerando seu próprio mercado. 

C) As grandes transformações sociais aconteceram de maneira tão súbita que provocaram rupturas tão radicais e definitivas, que as classes sociais anteriormente existentes desapareceram por completo. 

D) O trabalho passou a ser produzido em larga escala pelas fábricas, como auxílio de máquinas que, rapidamente, passaram a ser conduzidas pelos antigos artesãos, para que não perdessem seus empregos.


Questão 21 No Brasil, neste início do século XXI, tem gerado debate entre os cientistas sociais se estaria havendo a emergência de uma “nova classe social”. Na época, um expressivo segmento da população obteve uma mobilidade social ascendente pela facilidade de acesso a bens de consumo e a novos hábitos sociais, marcando posição por seu poder aquisitivo. A indagação que se coloca é: será essa é realmente uma “nova” classe social, ou apenas um estrato social que se destaca no consumo de bens e serviços, sem que tenha havido alteração na estrutura de classes e nas desigualdades da sociedade brasileira? (NOVAES, Washington. BRASIL: DILEMAS E DESAFIOS -Os desafios do século XXI. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-401420000 00300011.) A sociologia busca compreender a estrutura social mais ampla, mas também as relações entre as classes sociais, próprias da sociedade capitalista. No escopo das teorias sociológicas clássicas, emergem as explicações de Karl Marx e Max Weber sobre a organização da sociedade, no que diz respeito, dentre outros fatores, à sua estratificação. Tendo em vista tais teorias, assinale a afirmativa correta. 

A) Para Marx, os grupos de classe agregam ao capital econômico um legado relativo ao conhecimento e à cultura, e esse sim determina a dominação social. 

B) Para Weber, o status depende de um conjunto de aspectos avaliados em uma sociedade, como a influência e o prestígio, independentemente de questões econômicas. 

C) Para Marx, as classes sociais são antagônicas e complementares: uma não existe sem a outra. Elas se relacionam; há uma estrutura de classes relacionada aos meios de produção. 

D) Para Weber, o conceito de classe ou estamento está ligado aos indivíduos que detêm posições privilegiadas necessariamente em três aspectos simultâneos:  político; cultural; e, burocrático.


Questão 22 Texto I O feminicídio pode ser definido como uma qualificadora do crime de homicídio motivada pelo ódio contra as mulheres, caracterizado por circunstâncias específicas em que o pertencimento da mulher ao sexo feminino é central na prática do delito. Entre essas circunstâncias estão incluídos: os assassinatos em contexto de violência doméstica/familiar, bem como o menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Compreendem as agressões físicas e da psique, tais como o espancamento, suplício, estupro, escravidão, perseguição sexual, mutilação genital, intervenções ginecológicas imotivadas, impedimento do aborto e da contracepção, esterilização forçada, e demais atos dolosos que geram a morte da mulher. (Estudo completo do feminicídio. Disponível em: impetus.com.br.) Texto II Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostrou que, em 2019, 30,4% dos homicídios contra mulheres ocorreram dentro de casa; a proporção para os homens foi de 11,2%. A pesquisa analisou o ano de 2019, pré- -pandemia. Em 2020, o cenário foi ainda mais assustador. Dentre as medidas para atender as mulheres vítimas da violência, a Lei Maria da Penha determinou a criação de serviços de atendimento às vítimas. Em 2019, porém, o IBGE identificou que apenas 7,5% dos municípios brasileiros possuem delegacias especializadas para mulheres, “patamar que não aumentou desde 2012”, indicou o relatório do Instituto. (Maioria dos feminicídios acontece dentro de casa, aponta IBGE.

Disponível em: correiobraziliense.com.br.) O feminicídio, infelizmente, é uma realidade não só em nosso país, mas em outras realidades pelo mundo. Falar do assunto, pesquisar e estudar, faz parte de uma ação que visa senão coibir, pelo menos minimizar um pouco os impactos sociais desse crime. A pesquisa sociológica, assim como a pesquisa nas demais ciências, representa um importante papel nesse processo. Segundo Max Weber, a pesquisa sociológica: 

A) Pela própria subjetividade que lhe é característica, invariavelmente, deve terminar em conjecturas atreladas e intrínsecas ao senso comum e à neutralidade axiológica. 

B) Deve ter diferenciais em relação às demais ciências não se buscando apenas a explicação do aspecto exterior do fenômeno observado, mas a compreensão de seu sentido profundo. 

C) Precisa ser conduzida com rigor e com o método das demais ciências, pois mantém a regularidade e a irrefutabilidade que caracterizam, também, as questões das ciências naturais. 

D) Deve ser analisada para além da compreensão pura e simples dos significados ou dos sentidos que as pessoas dão à vida e às suas ações em diferentes culturas. É necessário achar o que é objetivo e universal. 


Questão 23 Grupo indígena isolado é identificado na Amazônia e já corre risco de extinção O Brasil é o país onde há mais isolados, e apenas um deles vive fora da Floresta Amazônica, os Avá-Canoeiro, que ocupam porções de Tocantins e Goiás. Um grupo de indígenas isolados, até então desconhecidos, no sul do estado do Amazonas. Segundo estudiosos, o grupo é formado por dezenas de indivíduos que habitam uma área de mata no município de Lábrea (AM), próximo ao rio Purus. A informação foi repassada em setembro de 2021 para a Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém- -Contatados (GIIRC), vinculada à sede da Funai, em Brasília, mas até hoje, cinco meses depois, o órgão não tomou as medidas necessárias à proteção do grupo. Indígenas isolados são aqueles que se refugiaram em áreas remotas e não mantêm contato regular ou significativo com a sociedade dos colonizadores. Contudo, especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato garantem que a população é diferente de outras em isolamento voluntário que habitam regiões próximas. O grupo deixou à mostra vestígios materiais que comprovam a ocupação do território nos últimos anos. Informações sobre isolados são tratadas como sigilosas pela Funai e pelos indigenistas, pois a divulgação de detalhes pode estimular a atuação de criminosos ambientais. (Disponível em: Grupo indígena isolado é identificado na Amazônia e já corre risco de extinção – Brasil 247.) O exemplo anteriormente descrito, diz respeito a um agrupamento indígena, que, na atualidade, ainda vive isolado e, provavelmente, alheio a tudo o que diz respeito à cultura e modo de viver e pensar dos brasileiros, de uma maneira geral. Nesse caso, tal grupo estaria inserido no que Durkheim classificou de: 

A) Solidariedade orgânica, quando não há necessidade de controle ou repressão, contrariamente às sociedades mais avançadas. 

B) Consciência coletiva, ou seja, sem demanda de maiores complexidades para que as relações individuais só ocorram de maneira coletivizada. 

C) Solidariedade mecânica, na qual a divisão do trabalho e a individualidade são mínimas, com crenças e valores normalmente padronizados. 

D) Fato social, uma vez que esses indígenas, como são incapazes de ter consciência sobre seus atos, agem apenas de acordo com a coletividade. 


Questão 24 Dinheiro – considerado como expressão autônoma de uma soma de valor, exista ela de fato em dinheiro ou em mercadorias – pode, na base da produção capitalista, ser transformado em capital e, em virtude dessa transformação, passar de um valor dado para um valor que se valoriza a si mesmo, que se multiplica. Produz lucro, isto é, capacita o capitalista a extrair dos trabalhadores determinado quantum de trabalho não-pago, mais-produto e mais-valia, e apropriar-se dele. Assim adquire, além do valor de uso que possui como dinheiro, um valor de uso adicional, a saber, o de funcionar como capital. Seu valor de uso consiste aqui justamente no lucro que, uma vez transformado em capital, produz. Nessa qualidade de capital possível, de meio para a produção de lucro, torna-se mercadoria, mas uma mercadoria sui generis. Ou, o que dá no mesmo, o capital enquanto capital se torna mercadoria. (Marx, 1986, p. 255.) Há dois séculos, em Trier, na Alemanha, nascia Karl Marx, cujos trabalhos revolucionariam os campos de pesquisa da filosofia, da ciência política, da sociologia e da economia de meados do século XIX até os dias de hoje. Especificamente sobre o capitalismo, sua formação e consolidação, Marx afirma que: 

A) A separação entre capital e trabalho assalariado se deu à medida que, exclusivamente no âmbito econômico, a humanidade passava por transformações em todos os modos de produção. 

B) Essa situação em que uns concentram o meio de produção e outros não é algo natural; é algo que faz parte da própria natureza humana, o que justifica e explica a desigualdade dos processos e pessoas. 

C) A técnica revolucionada com a grande indústria foi o grande momento do nascimento e o amadurecimento do modo de produção capitalista, ao mesmo tempo que causou o recrudescimento do trabalho artesanal. 

D) Houve um processo histórico que  ajudou a formar as bases da sociedade capitalista, chamado por Marx de “acumulação primitiva de capital”, marcado por violência, desapropriação, bem como pela consolidação da desigualdade social.


Questão 25 Traduzimos, comumente, a palavra grega polis por ‘cidade- -Estado’. A nomenclatura ‘Estado’, entretanto, só começa a ser usada no Renascimento. Uma de suas primeiras aparições se dá em O príncipe (1513) de Maquiavel. Lê-se logo nas suas primeiras linhas; “Todos os Estados, todos os domínios que tiveram e têm poder sobre os homens foram ou são repúblicas ou principados” (2016. p. 47). Sobre o modo de governar cidades ou principados que, antes de conquistados, viviam de acordo com suas leis, Maquiavel propõe três formas diferentes; assinale-as. 

A) Incorporá-los; abandoná-los; e, instituir nova constituição. 

B) Criar colônias; incorporar os poderosos; e, oprimir os mais fracos. 

C) Ocupá-lo; transferir o poder; e, criar novas leis de acordo com novos costumes. 

D) Arruiná-los; estabelecer residência; e, permitir que eles continuem a viver de acordo com suas próprias leis.


Questão 26 A história da Antropologia implica no modo pelo qual os homens perceberam suas diferenças ao longo do tempo. O Evolucionismo foi uma das primeiras correntes da Antropologia. Sobre o Evolucionismo, analise as afirmativas a seguir. 

I. Traz consigo a ideia de que as sociedades humanas devem ser comparadas entre si por meio de seus costumes. Mas tais costumes são definidos pelo investigador e não são situados lado a lado de modo horizontal. 

II. Uma ideia do Evolucionismo é a de que os costumes têm uma origem, uma substância, uma individualidade e, evidentemente, um fim; essa substância permite a classificação isolada. 

III. Um ponto crucial do Evolucionismo é a concepção de que as sociedades se desenvolvem de modo linear, irreversivelmente, com alguns eventos podendo ser tomados como causas e outros como consequências. 

IV. Pauta-se na análise do sistema social onde tudo tem um sentido, e que o sentido de um costume, hábito social ou instituição, tem que ser compreendido nos termos do sistema do qual provém. Está correto o que se afirma apenas em 

A) I e II.         B) III e IV.         C) I, II e III.         D) II, III e IV.


Questão 27 De acordo com Koop (2019, p. 129-130), o conceito de indústria cultural foi desenvolvido na obra “Dialética do Esclarecimento” para tratar das produções que tornam a cultura e a arte objetos mercantis, tendo o intuito de substituir a expressão “cultura de massa”, por gerar uma ambiguidade ao insinuar uma compreensão de cultura nascida prontamente nas camadas populares. Sobre o conceito de indústria cultural, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 

( ) É considerada consequência do capitalismo e do fetichismo, responsáveis por propagar um culto às mercadorias e ocultar dos seus produtos as características sociais do trabalho. 

( ) Seus produtos não possuem autonomia e autenticidade, pois visam à produção em série e à homogeneização, de modo que a técnica passa a possuir um grande poder social. 

( ) É um sistema que lucra com a cultura e a arte e tem como objetivo fazer com que os indivíduos vejam o mundo sempre da mesma forma e que ele sempre permaneça como é. 

( ) Oferece produtos que promovem uma satisfação permanente e duradoura, que agrada aos indivíduos; ela impõe- -se sobre estes, submetendo-os a seu monopólio e tornando-os acríticos. 

A sequência está correta em 

A) V, F, F, V.         B) F, V, F, V.         C) V, V, V, F.         D) V, F, V, F.


Questão 28 O vocábulo Antropologia possui dois radicais; anthropos que significa homem e logos que significa tratado, discurso. Sendo assim, a Antropologia consiste na ciência que estuda o homem de todos os tempos e tipos. A etnografia é considerada um método de estudo antropológico. Considerando as características do método etnográfico, assinale a afirmativa INCORRETA. 

A) A etnografia tem como locus privilegiado a Antropologia social, exatamente porque nesta disciplina encontra-se a origem deste. 

B) Na etnografia, o autor é, ao mesmo tempo, o seu próprio cronista e historiador; suas fontes de informação são, indubitavelmente, bastante acessíveis, confiáveis e verdadeiras. 

C) A etnografia é a forma pela qual os antropólogos procuram compreender as mais diferentes culturas. Seu pressuposto fundamental é a busca de descrever o ponto de vista nativo. 

D) O método etnográfico consiste no levantamento de todos os dados possíveis sobre uma determinada comunidade com a finalidade de melhor conhecer o estilo de vida ou a cultura específica da mesma.


Questão 29 No final do século passado, o Brasil era apontado como um caso único e singular de extrema miscigenação racial como descrito na obra “O Espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930”, de Lilian Moritz Schwarcz. Dentre os aspectos das análises realizadas nesse período em relação ao estudo sobre raça, assinale a afirmativa INCORRETA. 

A) A visão poligenista se ancora nos estudos da Frenologia e da Antropometria. 

B) A Antropologia cultural, enquanto disciplina nesse momento, se opõe às óticas evolucionistas e poligenistas. 

C) Para os poligenistas, os mestiços exemplificavam a diferença fundamental entre as raças e personificavam a degeneração. 

D) Duas grandes vertentes aglutinavam os diferentes autores; de um lado, a visão monogenista; de outro surge a versão poligenista. 


Questão 30 A história do negro em São Paulo se confunde, durante um largo período de tempo, com a própria história da economia paulista. (Florestan Fernandes. 2008, p. 27.) 

Corresponde à análise feita por Florestan Fernandes e Roger Bastide sobre a inserção do negro na economia capitalista: 

A) O ex-escravo passa a competir em igualdade com os imigrantes europeus pelos postos de trabalho nas cidades. 

B) No plano econômico, o processo de inserção do negro no sistema de trabalho ocorre de forma precipada em ocupações especializadas. 

C) O processo de transformação real dos antigos escravos e dos seus descendentes em cidadãos iria começar a ser modelada por medidas de caráter legal. 

D) Em conexão com a desorganização do trabalho e com a desintegração da ordem social escravocrata, processou- -se a eliminação parcial do negro no sistema de trabalho.


Questão 31 O taylorismo e o fordismo dominaram o sistema produtivo e os processos de trabalho nas grandes indústrias, ao longo do século XX. Estes eram calcados na produção em massa, por meio da linha de montagem e fabricação de produtos mais homogêneos; por intermédio do controle dos tempos e movimentos, pelo cronômetro e produção em série; pelo trabalho parcelar e pela fragmentação das funções; pela existência de unidades fabris concentradas e verticalizadas e pela constituição/consolidação do operário-massa, do trabalhador coletivo fabril, entre outras dimensões. (ANTUNES, 2006.) Considere que, a partir do século XXI, estamos experimentando transformações substanciais no mundo do trabalho; sobre tais transformações, analise as afirmativas a seguir. 

I. Ocorre uma intensificação da exploração do trabalho com a reatualização do fordismo a partir do mecanismo de controle do tempo e movimento. 

II. A necessidade de elevação da produtividade ocorreu por meio da reorganização da produção, redução do número de trabalhadores e intensificação da jornada de trabalho dos empregados. 

III. Esse período revê significativamente os critérios de produção por meio de uma perspectiva de inovação e flexibilidade, inaugurando-se o período de mudanças radicais e dramáticas caracterizadas pela multiplicidade dos procedimentos. 

IV. Paralelamente à emergência de um novo padrão organizacional e social, observa-se a ruptura com a priorização do pleno emprego, anteriormente percebido no mundo do trabalho. 

Está correto o que se afirma apenas em 

A) I e III.         B) I e IV.         C) II e III.         D) II, III e IV. 


Questão 32 De acordo com Bobbio (2012, p. 75), “antes do aparecimento e do uso do termo ‘Estado’ o problema da distinção entre ordenamento político e Estado nem mesmo se pôs”. Na filosofia política, o problema do poder foi apresentado sob três aspectos, à base dos quais podem-se distinguir as três teorias fundamentais do poder; relacione-as adequadamente. 

1. Substancialista. 

2. Relacional. 

3. Subjetivista. 

( ) O poder é entendido como qualquer coisa que serve para alcançar aquilo que é objeto do próprio desejo. 

( ) Entende o poder não como a coisa que serve para alcançar o objetivo, mas a capacidade do sujeito de obter certos efeitos. 

( ) O poder é entendido como a relação entre os atores, na qual o ator induz outros atores a agirem de modo que, em caso contrário, não agiriam. 

A sequência está correta em 

A) 1, 2, 3. B) 2, 3, 1. C) 1, 3, 2. D) 3, 1, 2.


Questão 33 Quando se afirma que os gregos e romanos inventaram a política, o que se diz é que desfizeram aquelas características da autoridade e do poder. Embora, no começo, gregos e romanos tivessem conhecido a organização econômico-social de tipo despótico ou patriarcal, um conjunto de medidas foram tomadas pelos primeiros dirigentes – os legisladores – de modo a impedir a concentração dos poderes e da autoridade nas mãos de um rei, senhor da terra, da justiça e das armas, representante da divindade. (A invenção da Política, Marilena Chauí.)

Em relação às medidas tomadas pelos gregos e romanos sobre a instituição do poder político, assinale a afirmativa correta. 

A) Separaram autoridade pessoal privada do chefe de família; separaram autoridade mágico-religiosa; criaram o espaço político ou espaço público. 

B) Separaram autoridade mágico-religiosa e poder temporal laico; criaram as instituições do erário público; criaram postos vitalícios para o patriarcado. 

C) Separaram autoridade militar e poder civil; criaram a ideia e a prática da lei como expressão da vontade do governante; criaram instituições e funções públicas. 

D) Separaram autoridade pessoal privada do chefe de família; criaram instituições e funções públicas para garantir espaço para os magistrados; criaram o espaço político ou espaço público.


Questão 34 Os intelectuais e os estudiosos das relações raciais de persuasão liberal e conservadora vêm enfatizando, há várias décadas, o caráter único e harmonioso das relações raciais no Brasil. Sobre os aspectos identificados nos estudos sobre relações raciais no Brasil, analise as afirmativas a seguir. 

I. Ao analisar o regime escravista como um mecanismo de distribuição geográfica de escravos e pessoas de cor livres, pode-se verificar que, desde o fim do século XIX, esse grupo concentrou-se nos setores econômicos mais atrasados e em regiões com o menor dinamismo industrial. 

II. Nas regiões de maior dinamismo econômico, onde o grupo negro tinha de competir em desvantagem com imigrantes europeus, os ex-escravos e seus descendentes puderam obter consideráveis ganhos socioeconômicos em poucas décadas. 

III. Em regiões como o Nordeste, onde a abolição resultou em um processo menos drástico de reajustamento, os ex-escravos permaneceram socialmente imobilizados em um contexto agrário em estagnação. 

IV. Apesar da reduzida taxa de mobilidade social ascendente da população não branca no período pós-abolição, o desenvolvimento econômico tende a criar graus relativamente menores de desigualdade racial. 

Está correto o que se afirma em 

A) I, II, III e IV.                 B) I e III, apenas.         C) I, II e IV, apenas.         

D) II, III e IV, apenas.


Questão 35 A trajetória da Sociologia no Brasil desde os seus primórdios, quando ainda era praticada de forma autodidata e confundia- -se com outras disciplinas, como a literatura e o jornalismo, tem tido pelos estudiosos no assunto diferentes parâmetros de periodização. Todavia, alguns marcos delinearam a trajetória da sociologia brasileira; assinale-os. 

A) A obrigatoriedade da Sociologia nos cursos ginasiais; os estudos urbanos na década de 1930; o pioneirismo de Florestan Fernandes. 

B) O “Pioneirismo” do início do século XX até meados da década de quarenta; a abertura do curso de Ciências Sociais da USP; os estudos sobre gênero da década de 1920. 

C) Introdução da Sociologia em escolas do país (1928-1935); abertura da Escola Livre de Sociologia e Política em São Paulo – ELSP (1933); o pioneirismo de Sylvio Romero. 

D) A Era Vargas ao inaugurar a sociologia urbana; a abertura do curso de Ciências Sociais da Universidade do Distrito Federal (1935); o AI5 decretado pelo Governo Militar.


Questão 36 A expressão “desigualdade social” descreve uma condição na qual os membros de uma sociedade possuem quantias diferentes de riqueza, prestígio ou poder. A respeito dos estudos sobre desigualdade é correto o que se afirma em, EXCETO: 

A) Podemos afirmar, com base em estudos da história humana, que a igualdade é uma impossibilidade social. 

B) A persistência da desigualdade social é um fenômeno local que está ligado à falta de incentivo ao trabalho e investimento em educação. 

C) No combate à desigualdade social, busca-se atingir a “equidade social”, que é o direito que as pessoas têm de acesso aos meios para sua reprodução social. 

D) Não é possível uma sociedade composta por membros exatamente iguais; quando utilizamos a expressão sociedade igualitária nos referimos à igualdade de oportunidades. 


Questão 37 O conceito de identidade tem sua origem na filosofia. Utiliza-se esse conceito para descrever algo que é diferente dos demais, porém idêntico a si mesmo. Sobre o conceito de identidade, é INCORRETO afirmar que: 

A) A formação da identidade passa por uma gama de sentimentos e decisões puramente racionais na escolha dos investimentos pessoais que o sujeito faz para sua identificação. 

B) A autoidentificação predicativa que efetua uma pessoa é, em certa medida, condição para que essa pessoa possa ser identificada genericamente e numericamente pelas demais. 

C) A identidade é formada dialeticamente entre indivíduo e sociedade sendo mutável em boa medida inconscientemente, num processo que inclui a identificação própria e a identificação reconhecida por outros. 

D) A construção de identidades vale-se da matéria-prima fornecida pela história, geografia, biologia, instituições produtivas e reprodutivas, pela memória coletiva e por fantasias pessoais, pelos aparatos de poder e revelações de cunho religioso.


Questão 38 Em “O processo civilizatório” Darcy Ribeiro desenvolveu uma teoria global sobre as etapas de evolução da humanidade nos últimos mil anos. Baseando-se em Marx,Engels e Lewis Morgan, o autor empreende a tarefa de classificar as sociedades humanas de acordo com o grau de eficácia no domínio da natureza. Sobre o conceito de processo civilizatório, assinale a afirmativa INCORRETA. 

A) Permite a apreciação dos fenômenos de desenvolvimento regressivo da cultura humana tendentes à diferenciação e configurações culturais depreciando as especificidades de culturas singulares. 

B) Permite a apreciação dos fenômenos de desenvolvimento progressivo da cultura humana tendentes a homogeneizar configurações culturais e valorizar, na sua acepção limitada, os fatores de diferenciação das culturas singulares. 

C) Expressa-se como modelos conceituais de vida social, fundados na combinação de uma tecnologia produtiva de certo grau de desenvolvimento, com um modo genérico de ordenação das relações humanas e com um horizonte ideológico. 

D) Valoriza, na sua acepção limitada, os fatores de diferenciação das culturas singulares, só explicáveis como esforços de adaptação a condições ecológicas e históricas específicas e como produto de uma criatividade própria, capaz de apresentar respostas alternativas aos mesmos incitamentos básicos.


Questão 39 O conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-social, na qual os indivíduos viviam isoladamente até a passagem para o estado civil por meio de um pacto social. Todavia, existem divergências a respeito desse processo como é o caso das visões expostas por; relacione adequadamente as colunas a seguir. 

1. Thomas Hobbes. 

2. Jean-Jacques Rousseau. 

( ) Em estado de natureza, a vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe. 

( ) O Estado surge a partir de indivíduos naturais que, pelo pacto, criam a vontade geral. 

( ) Em estado de natureza, os indivíduos vivem em luta permanente, reinando o medo da morte violenta. 

( ) O Estado surge com os homens reunidos em uma multidão de indivíduos, pelo pacto, constituindo um corpo político. 

( ) Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos como povo e é a este que transferem os direitos naturais. 

A sequência está correta em 

A) 2, 1, 1, 2, 2.             B) 1, 2, 1, 2, 1.             C) 1, 2, 1, 1, 2. 

D) 2, 2, 1, 1, 2.


Questão 40 Segundo Braverman (1987), o trabalho que acaba por ultrapassar a mera atividade instintiva passa a ser uma força que criou a espécie humana e a força pela qual a humanidade criou o mundo que se conhece. Sobre as relações de trabalho no contexto do capitalismo atual, assinale a afirmativa INCORRETA. 

A) Na nova produção do capital, o que se busca capturar é apenas o fazer dos trabalhadores e a sua disposição afetiva, constituída para cooperar numa lógica de valorização. 

B) O novo sistema procura capturar o pensamento do trabalhador, operário ou empregado, integrando suas iniciativas afetivo-intelectuais nos objetivos da produção de mercadorias. 

C) O eixo central dos dispositivos organizacionais (e institucionais) das inovações organizacionais do novo complexo de reestruturação produtiva é a captura da subjetividade do trabalho pela lógica do capital. 

D) O trabalhador é encorajado a pensar “proativamente” e a encontrar soluções antes que os problemas aconteçam, criando um ambiente de desafio contínuo, em que o capital não dispensa o espírito do trabalhador.

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