Questões de Concurso - IFRR 2015 IFRR Professor de Ciências Sociais, Sociologia e Filosofia


Olás, 


Seguiremos agora com mais uma prova para admissão de professor da área de Ciências Sociais. Em outros momentos, o foco estará mais em provas para cargos ligadas ao Direito, Psicologia e técnicos ou 2º grau, com o intuito de abordar a Sociologia do Direito, o que não é o caso agora.

A nossa 31ª Prova de Concurso visava o preenchimento de vagas no IFRR e teve por banca formuladora e organizadora do certame o mesmo instituto.



01. A ordem centrada na globalização vem impondo ao conjunto dos países a redução de amarras e regulamentações que comprometem o livre curso da economia e das relações de mercado. É correto afirmar que nesse cenário ocorre: 

(A) o controle da pressão inflacionária através dos cortes nos gastos governamentais e nos incentivos fiscais. 

(B) atransnacionalização do comércio revertendo a tendência de esgotamento do modelo capitalista nas últimas duas décadas. 

(C) a adoção de novos padrões de sociabilidade com livre circulação de mercadorias e pessoas sob a coordenação dos estados nacionais. 

(D) a regulação da vida social através da construção de mecanismos de negociação e pactuação em torno do desenvolvimento econômico sustentado. 

(E) a busca pelo barateamento do processo produtivo das indústrias através da inovação tecnológica permanente e do rebaixamento do preço da mão de obra.


02. Um dos grandes desafios atuais tem sido o de lidar com as consequências sociais impostas pela lógica do capitalismo contemporâneo, principalmente no que se refere às mudanças no mundo do trabalho. Nessas condições, o emprego torna-se: 

(A) um problema individual que depende da capacidade e das habilidades do trabalhador para a inserção em um mercado cada vez mais restrito. 

(B) uma mercadoria cara em face do desemprego estrutural e da flexilibilização impondo o incremento dos direitos sociais. 

(C) um bem escasso dada a redução dos postos de trabalho em função do avanço tecnológico e da concentração da produção. 

(D) um valor em si porque se verifica um maior controle gerencial da produção conjugado ao enxugamento das empresas. 

(E) uma questão estratégica essencial para o controle das incertezas dos ciclos econômicos.


03. Segundo a literatura especializada, o processo de consolidação da democracia no Brasil deve ser examinado à luz de características específicas derivadas dos legados histórico-culturais e político-institucionais prevalecentes no país. Um dos entraves ao pleno funcionamento da democracia no Brasil é a: 

(A) instabilidade dos mecanismos que mantêm a democracia formal funcionando. 

(B) existência de partidos fortes, mas com baixa permeabilidade aos interesses da sociedade. 

(C) expressiva desigualdade social, que se expressa no acesso à também desigual arena política decisória. 

(D) fragilidade das instituições e o caráter segmentado e poliárquico de representação de interesses. 

(E) fragmentação da sociedade civil aliada à centralidade do Poder Legislativo que determina a tomada de decisão no âmbito do Executivo.

 

04. A cultura política brasileira está fortemente assentada sob uma forma de relação Estado / Sociedade baseada na troca de favores, serviços e bens por voto e/ou apoio político, denominada: (A)Pluralismo. (B) Clientelismo. (C) Mandonismo. (D)Corporativismo. (E) Patrimonialismo.


05. Com a globalização, os movimentos sociais em muitos países, inclusive no Brasil e em outros países da América Latina, tendem a se diversificar e a se complexificar. É uma característica desse novo formato de ativismo a: 

(A) busca do reconhecimento pelo Estado. 

(B) transversalidade na demanda por direitos. 

(C) afirmação da unidade identitária dos sujeitos. 

(D) construção de redes fundadas em um consenso global. 

(E) ativação da solidariedade por meio do empoderamento das lideranças.


06. O debate sobre a reforma política vem ocupando lugar relevante na agenda politica nacional. Uma das questões centrais que está na base desse debate é: 

(A) a crise da representação política. 

(B) o incremento dos programas sociais. 

(C) o número reduzido de partidos políticos. 

(D) o consenso em torno do voto distrital misto. 

(E) a sub representação dos menores estados da federação.


07. Programas de ajuste econômico de cunho neoliberal têm sido implementados em diferentes países para fazer face à crise e tornar suas economias mais aptas à competição no mercado globalizado. Tais programas têm como um de seus fundamentos: 

(A) o combate à crise fiscal. 

(B) a redução da pobreza absoluta. 

(C) a geração de empregos e serviços. 

(D) ataylorização da estrutura produtiva. 

(E) o fortalecimento do Estado como agente econômico.


08. O modelo de regulação fordista-keynesiano que vigorou nos países capitalistas avançados, notadamente na Europa ocidental entre o pós-segunda guerra e meados da década de 1970, tinha como um de seus pilares: 

(A) a superação da guerra fria e dos conflitos ocidente/oriente. 

(B) a produção de massa conjugada à expansão do consumo. 

(C) o poder do capital financeiro em função da revolução digital nascente. 

(D) o declínio dos arranjos neocorporativos como mediação entre as classes sociais. 

(E) a combinação entre acumulação e equidade como produto da instabilidade política.


09. A análise sobre a questão agrária no Brasil mostra que o fortalecimento do agronegócio nas últimas décadas tem como um de seus efeitos: 

(A) a expansão das fronteiras agrícolas no país e a repolitização das lutas pela posse da terra. 

(B) uma maior redistribuição da terra, sem alterar, contudo, a estrutura fundiária clássica brasileira. 

(C) o interesse do grande capital na compra de terras no país, em função da depreciação dos preços praticados. 

(D) a permanência do latifúndio aliado à necessidade de garantir os superávits advindos da exportação das commodities primárias. 

(E) os conflitos no campo, dada a força da bancada ruralista no congresso nacional na luta pela defesa das propriedades médias e produtivas.


10. Tendo como referência as reflexões de Manuel Castells, NÃO constitui uma característica dos movimentos contestatórios contemporâneos a: 

(A) perda da confiança nas instituições tradicionais. 

(B) reinvindicação por uma democracia participativa. 

(C) construção de uma cultura contestatória cosmopolita. 

(D) limitação do ciberespaço como fator de mobilização social. 

(E) desconfiança diante de qualquer forma de delegação de poder.


11.  Dois temas são fundamentais na teoria elaborada por Augusto Comte: a lei dos três estados e a classificação das ciências. Sobre ambos, é possível afirmar que representam, respectivamente: 

(A) a classificação de um modelo de evolução na sociedade que deve ser assumido na forma cientifica com o ápice no modelo teológico e metafísico e o desenvolvimento do espírito humano. 

(B) o triunfo de um tipo de pensar de uma sociedade urbana e industrial que deve trazer explicações particulares e fragmentadas de processos sociais complexos, e o desenvolvimento do espírito humano. 

(C) o desenvolvimento do espírito humano e a comprovação de que paradigma das ciências físicas, astrônomas e químicas deve se impor e levar a constituição de uma ciência positiva da sociedade, a sociologia. 

(D) a celebração da fé como um modelo que explicaria pela razão a sociedade industrial que havia sido gestada e que comprova o modelo científico na constituição de um novo paradigma de análise da sociedade, e a passagem da idade teológica para a metafísica. 

(E) a passagem da idade teológica para a positiva e por fim a metafísica, comprovariam a necessidade de criar uma ciência positiva de análise da sociedade, confirmando a fé como expressão de um novo modelo de sociedade.


12. O fato novo que orientava a reflexão de um conjunto de intelectuais, entre eles Comte, no início do século XIX, é a indústria. Os observadores da época percebiam que algo de original estava acontecendo em relação ao passado. Podemos afirmar que, para Comte: 

(A) a oposição entre empresários e operários era secundária, pois era reflexo da má organização da sociedade industrial e poderia ser corrigida por meio de reformas, sendo episódios superficiais. 

(B) economistas liberais como Marx eram metafísicos, quando se esforçaram para consider fenômenos de economia política separados da materialidade do setor social. 

(C) a oposição entre empresários e operários seria central e conduziria a crises cíclicas, cuja saída seria a constituição de uma sociedade plenamente positiva e socialista, cujo remédio e saída seria a aplicação da ciência no processo de organização do trabalho. 

(D) existe um desejo de construir um tipo de sociedade justa, igualitária e fraterna, no marco da Revolução Francesa, ao entender que os problemas sociais que abalavam as estruturas da época relacionavam-se com a forma como a riqueza, produto do trabalho, era apropriada pelas classes sociais. 

(E) a produção industrial, que levou à concentração de massas de trabalhadores nas cidades, seria o cerne de um tipo de sociedade radicalmente diferente no contexto da modernidade, cuja explicação deveria ser positiva, levando em consideração a dinâmica politécnica organizadora, presente nos opúsculos e cursos de Filosofia Positiva, que prezem pelo estado metafisico como a última fronteira de explicação da sociedade.


13. Weber tentou indagar em que medida as convicções religiosas influenciam o comportamento econômico nas diferentes sociedades. Assim, a conduta dos homens nas diversas sociedades só pode ser compreendida dentro de um contexto mais geral da própria existência. Considerando as proposições do autor sobre a religião, é correto afirmar que: 

(A) a ética protestante se ligaria à concepção luterana do trabalho. 

(B) ao relacionar religião e trabalho, Weber chegou à elaboração da teoria da burocracia, que seria típica das sociedades ocidentais. 

(C) a organização racional das empresas, típicas da burocracia, só seria possível mediante, no contexto do capitalismo, com a unificação entre a família e a empresa, que dominaria a vida econômica moderna. 

(D) Weber se perguntou em que proporção ou medida uma atitude particular em relação ao trabalho teria sido o traço distintivo, presente no Ocidente e inexistente em relação a outras regiões, capaz de explicar a singularidade da história no Ocidente. 

(E) a explicação do trabalho e da religião relaciona-se com a moral da responsabilidade e com a moral da convicção, esta última, da qual o principal expoente seria o cidadão de Florença e sua preocupação com a eficácia, definida pela escolha de meios ajustados ao fim que se pretende.


14. A ciência para Weber seria também um aspecto do processo de racionalização das sociedades modernas. Nesse contexto é possível deduzir que: 

(A) a ciência seria um processo definitivo mediado pelo juízo de valor do conhecimento do cientista. 

(B) a ciência como parte do processo histórico de racionalização implica o não acabamento essencial e a objetividade. 

(C) a conduta humana, central na reflexão weberiana, não possuiria intelegibidade intrínseca e possuiria um sentido neutro. 

(D) o projeto iluminista orquestrado por Weber pretendia aproximar o compreensivismo do materialismo histórico-dialético. 

(E) a objetividade do conhecimento nas ciências sociais na perspectiva positivista se relaciona com o problema do julgamento de valor e da relação do valor com o conjunto da sociedade.


15. Considerando as discussões de Emile Durkheim, presentes no livro “Da Divisão do Trabalho Social”, pode-se considerar que: 

(A) a justiça em sociedades arcaicas não representa os sentimentos coletivos. 

(B) o conceito de divisão do trabalho aproxima-se dos economistas (liberais e socialistas) de sua época. 

(C) nas sociedades em que predomina a solidariedade mecânica, a consciência coletiva atinge a maior parte das consciências individuais. 

(D) o direito repreensivo e restitutivo seriam conceitos semelhantes e revelam a consciência coletiva particular de sociedades arcaicas. 

(E) nas sociedades de solidariedade mecânica, a menor parte da consciência organiza-se mediante os imperativos e proibições sociais.


16. Podemos entender que a estratificação social reflete níveis diferentes de poder e privilégios na sociedade, resultante de diversos arranjos e configurações conforme os distintos momentos históricos. No Brasil, assiste-se a um debate que foge ao circuito acadêmico e alcança a sociedade em geral sobre a configuração da classe média atualmente, que estaria passando por um franco momento de expansão, resultado de políticas que focaram o alívio da pobreza. Não se trata de um tema novo no campo clássico da sociologia, afinal Marx, ao discorrer sobre a pequena burguesia proprietária ou empregados supervisores e técnicos, e Weber, sobre a formação das burocracias que deram origem em grande parte às classes médias, já deram pistas sobre esse processo. Nesse contexto, assinale a alternativa correta. 

(A) Não há relação entre o aumento da classe média e o crescimento econômico em determinado período. 

(B) A expansão do consumo não se constitui como um fator importante na classificação da estratificação social brasileira. 

(C) A sociedade brasileira costuma ser dividida em seis classes (A, B, C, D, E e F), cuja “nova classe média”, que cresceu bastante nos últimos anos seria a classe C, com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591. 

(D) Desde 2002 o índice de Gini, uma das medidas mais tradicionais de desigualdade de renda, vem caindo consideravelmente, fazendo a renda dos mais pobres crescer e influenciando um debate acerca da reconfiguração da estratificação social no Brasil. 

(E) Entre 1930 e 1980, devido ao acelerado processo de urbanização, crescimento econômico e mudanças estruturais, ocasionou uma diminuição da classe média, que só poderia ser cristalizada por meio dos operários altamente qualificados da indústria automobilística.


17. O Programa Bolsa-Família é uma política pública destinada ao alívio da pobreza, mediante a transferência de renda e que conseguiu reduzir significativamente a extrema pobreza nos últimos anos, permitindo um processo de mobilidade social que ainda causa divergência no pensamento sociológico. Sobre o tema da mobilidade social, pode-se afirmar que: 

(A) a mobilidade é um processo típico das sociedades medievais. 

(B) a industrialização e a migração rural-urbana foram fatores determinantes de mobilidade social descendente no século XVIII. 

(C) o quadro de desigualdades sociais em fins do século XX ensejou movimentos de reformas que contemplassem setores atingidos com maior intensidade pela exclusão social com medidas de transferência de renda. 

(D) a globalização em curso desde os fins do século passado agregou elementos de inclusão social e mobilidade social ascendente em todos os países que aderiram ao receituário neoliberal. 

(E) o processo de modernização conservadora no século XX possibilitou uma revolução burguesa de caráter jacobino que permitiu a criação em fins dos anos 1990 de mecanismos que permitiram maior equidade social.


18. Florestan Fernandes introduz um problema na sua reflexão sociológica e na sua interpretação do Brasil: a questão do capitalismo dependente. Em sua interpretação, as frações burguesas locais dominantes não poderiam empolgar projetos capazes de estruturar uma revolução burguesa clássica. Acerca das discussões trazidas por Florestan sobre a revolução burguesa no Brasil, pode-se destacar que: 

(A) a questão do capitalismo dependente revela sua preferência teórica pelo funcionalismo ao final de sua obra. 

(B) o autor relaciona a dependência cultural como o fator que explica o bloqueio do desenvolvimento. 

(C) a modernização conservadora seria a saída para a constituição de um modelo de revolução burguesa brasileira. 

(D) o autor concorda com as teses do Partido Comunista Brasileiro na época, ao afirmar que o atraso brasileiro seria determinado por estruturas pré-capitalistas e semi-feudais. 

(E) o problema trazido pela discussão de Florestan diz respeito à formação histórica do capitalismo no Brasil; às relações entre as classes e frações de classes; e às classes do núcleo hegemônico e as possibilidades de um projeto de desenvolvimento autônomo.


19. Assistimos desde os anos 1970 mudanças significativas no mundo do trabalho, com contra-reformas que têm induzido, em nome da retomada do crescimento e da competitividade, reestruturações da esfera produtiva cujos reflexos mais nítidos ocorrem nas relações laborais. Nos anos 1990 ocorre um processo amplo de contra-reformas estruturais no Estado brasileiro, cujo maior exemplo foi o PDRAE (Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado), em 1995, que definia o que seriam as atividades exclusivas do Estado e aquelas que seriam não exclusivas, com avanço da informalidade, desemprego, flexibilização e precarização do trabalho. Assiste-se hoje um debate sobre terceirizações e subcontratações para atividades fins e atividades meio, como é o caso do Projeto de Lei Federal no 4.330/2004 e Projeto de Lei Federal no 30/2015. Acerca das transformações recentes no chamado mundo do trabalho, pode-se afirmar que: 

(A) os anos 1990 foram referência de um modelo de proteção do trabalho referenciado no chamado Estado de Bem-estar social. 

(B) a precarização, subcontratação e formas flexíveis correspondem ao novo formato de trabalho que surge denominado de paradigma de acumulação flexível. 

(C) as crises econômicas correspondem historicamente a enfrentamentos entre as classes fundamentais do capitalismo com arranjos que favorecem os trabalhadores. 

(D) a crise dos anos 1970 ensejou um processo de reorganização da esfera produtiva, cujo maior reflexo foi o processo de reestruturação do qual foi parte o que conhecemos como fordismo-taylorismo. 

(E) o modelo toyotista que se tornou hegemônico nos anos 1945-1973, denominado por Hobsbawn como “período de ouro” do capitalismo se organizava pela produção em massa, por mecanismos científicos de organização do trabalho, pleno emprego e consumo em massa.


20. Marx, ao discutir sobre a natureza do conceito de trabalho, utiliza o conhecido exemplo comparativo entre o trabalho da abelha e do arquiteto para estabelecer, no caso da primeira, a diferença entre o instinto e a teleologia. Nesse contexto, é correto afirmar que: 

(A) diferentemente dos animais, os homens não pertencem à natureza. 

(B) o materialismo histórico e dialético, como método analítico, dispensa neste caso a análise do trabalho criativo e auto-criativo. 

(C) o autor, mediante o materialismo, subestima a importância dos limites naturais que persistem e sempre persistirão na condição humana. 

(D) a relativização do papel do trabalho na autocriação do homem não se relaciona com a perspectiva da divisão social do trabalho. 

(E) Marx considera a natureza e os limites impostos pela mesma. Entretanto, concebe a ação do homem como um processo no qual o sujeito está empenhado em fazer recuar as barreiras naturais até o limite do possível.


21. A Lei Federal no 11.645/2008 alterou a Lei de Diretrizes e Bases - LDB (Lei Federal no 9.394/1996), para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira e indígena. O caput do artigo 26-A prevê expressamente que "Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena". No parágrafo segundo consta que: "Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo currículo escolar, em especial nas áreas de: 

(A) educação artística e de filosofia. 

(B) educação artística e de matemática. 

(C) literatura e história brasileiras e de filosofia. 

(D) matemática e de literatura e história brasileiras. 

(E) educação artística e de literatura e história brasileiras.


22. A construção de Projetos nas escolas se remete ao planejamento que se tem intenção de fazer, de realizar. É uma forma de antever um futuro diferente do presente. Gadotti (1994, p.579) afirma que “todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.” Nessa perspectiva, o Projeto Político-Pedagógico vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de diversas atividades. Ele é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola. Diante do exposto, pode-se afirmar que o Projeto Político-Pedagógico é: 

(A) uma ação rotineira, com um sentido explícito. O político e o pedagógico têm uma significação dissociável, não imbricadas. Considera-se o Projeto Político-Pedagógico como um processo de permanente reflexão e discussão dos problemas da escola. 

(B) uma ação intencional, com um sentido explícito e com compromisso definido coletivamente. É político, no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. É pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. 

(C) uma construção possível, mas não necessária. O Projeto Político-Pedagógico mobiliza o convencimento dos professores, da equipe escolar e dos funcionários a trabalhar mais, para, assim, proporcionar situações que permitam aprender a pensar e realizar o fazer pedagógico. 

(D) um rearranjo formal da escola, que visa organizar o trabalho pedagógico e, principalmente, o administrativo, no que tange às questões financeiras. 

(E) uma construção autônoma que tem como autores e atores do processo somente os diretores e professores da unidade escolar.


23. De acordo com o Decreto Federal no 5154/2004 e a Resolução MEC/CNE/CEB no 06/2012, de 20/09/2012, NÃO é correto afirmar, em relação à oferta da Educação Profissional de Nível Médio, que a: 

(A) articulada ao Ensino Médio poderá ser desenvolvida de forma integrada ou concomitante. 

(B) subsequente é desenvolvida em cursos destinados exclusivamente a quem já tenha concluído o Ensino Médio. 

(C) articulada integrada ao Ensino Médio se desenvolve na mesma instituição de ensino, sem a necessidade de ampliação da carga horária prevista para a formação técnica profissional. 

(D) articulada concomitante pressupõe a existência de matrículas distintas no curso de educação profissional técnica e no Ensino Médio. 

(E) articulada concomitante poderá ser desenvolvida em unidades de ensino da mesma instituição ou em instituições de ensino distintas


24. Uma instituição de educação profissional, ao definir seu Projeto Pedagógico, fundamentou-se na construção de itinerários formativos compatíveis com o mundo do trabalho e as expectativas do trabalhador. Com base no Decreto Federal no 5154/2004 e na Resolução MEC/CNE/CEB no 06/2012, de 20/09/2012, é correto afirmar que os itinerários formativos: 

(A) são abordagens que, ao propiciar autonomia e flexibilização ao educando, favorecem a descontinuidade da formação. 

(B) constituem-se em uma metodologia de formação continuada exclusiva para trabalhadores que possuem formação de nível médio. 

(C) caracterizam-se como cursos de formação continuada voltados ao aprimoramento das competências desenvolvidas pelos trabalhadores no exercício da profissão. 

(D) são etapas organizadas no âmbito de um determinado eixo tecnológico, possibilitando continuidade e articulação nos estudos e nas experiências profissionais. 

(E) são voltados aos trabalhadores que já estão inseridos no mercado de trabalho, pois se fundamentam na problematização de vivências do cotidiano.


25. O art. 53 da Lei Federal n.º 8.069/1990 garante à criança e ao adolescente direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: 

(A) igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola; direito de ser respeitado por seus educadores; direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; direito de organização e participação em entidades estudantis; acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 

(B) garantia de permanência na escola, em caso de muitas faltas, injustificadas sem comunicação ao Conselho Tutelar. 

(C) o direito à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. 

(D) progressão continuada dos estudos sempre que necessário, direito de ser respeitado por seus educadores; direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; direito de organização e participação em entidades estudantis; acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 

(E) ciência do processo pedagógico, pelos pais e/ou responsáveis, sem participação nas definições das propostas educacionais.


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