Olás,
Ainda apostando na discussão sobre os temas atinentes a uma sociologia da saúde e o tratamento que a sociedade confere aos mais diversos tipos de síndromes, transtornos e doenças (físicas ou psíquicas), seguimos com o 31º filme. A arte nos impulsiona a refletir, sentir, ter empatia, imaginar realidades que não nos parecem imediatas ou com as quais não nos confrontamos diuturnamente. É um exercício constante de imersão na vida e no cotidiano de ilustres estranhos que nos levam a descobrir possibilidades, sentimentos e a nos colocarmos no lugar do outro, como um espectador oculto, que acompanha uma vida alheia "passo a passo".
Esse é um filme genial: "O farol das orcas". Não cai no drama barato, não estigmatiza, nem foge da situação problema a partir dos artifícios de sempre, que vemos nos filmes que usam temas profundos com "respostas fracas". Dialoga bem com a teoria de Boaventura de Sousa Santos neste sentido.
Todas as instituições tradicionais estão presentes nessa obra: casamento, filiação, divórcio, saúde, crianças, família, Estado ... Ao longo do filme, a obra da qual mais me lembrei foi "Como observar: morais e costumes", de Harriet Martineau. Não pela questão metodológica, mas como a discussão sobre saúde, crianças e a condição da mulher numa sociedade mostram muito sobre o grau de desenvolvimento e de liberdade de um povo. Esse tema se encontra na Parte II do livro, quando a autora trabalha "O que observar".
Sobre o autismo, também não me desvinculei de Martineau, quando ela afirma que é necessário compreender o sentido que os indivíduos atribuem à sua ação. Percepção que lembra o que 7 décadas depois Weber irá chamar de ação social e desenvolver a sua sociologia compreensiva. E, assim, cabe a pergunta: Como nós nos relacionamos com indivíduos que possuem determinadas síndromes, transtornos ou doenças? De que modo construímos ou acessamos o que é considerado "tratamento"? Como a sociedade classifica, rotula ou acolhe tais indivíduos? Todos esses questionamentos dialogam com uma sociologia do conhecimento, mas também com as noções de familiaridade, estranhamento, rotina, naturalização e desnaturalização, entre outras.
SINOPSE:
Beto (Joaquín Furriel) mora na Argentina e é um homem solitário que trabalha como guarda florestal num Parque Nacional. Lola (Maribel Verdú) é espanhola e é mãe de Tristán (Joaquín Rapalini), um menino de onze anos, autista. Depois de ver Beto num documentário, desesperada, Lola vai com o filho para Argentina em busca de ajuda. Um pouco relutante no início, Beto concorda em ajudar Tristán.
FICHA TÉCNICA:
Nome: O farol das orcas
Nome original: El farol de las orcas
Cor: colorido
Origem: Argentina, Espanha
Ano de produção: 2017
Gênero: Drama
Duração: 01h50
Classificação:
Direção: Gerardo Olivares
Roteirista: Gerardo Olivares, Lucia Puenzo
Elenco: Maribel Verdú, Joaquín Furriel, Ana Celentano
Hannah Mendes Almeida - Turma de Sociologia 3/2021, Atividade avaliativa 01
ResponderExcluirHannah Mendes Almeida - Turma de Sociologia 3/2021, Atividade avaliativa 01.
ResponderExcluirElisa Gomes da Silva - turma 2022/1 de Sociologia - atividade avaliativa 1
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