Olás,
Um filme excelente para a 32ª publicação. Rico em elementos para discutirmos teoria sociológica, relação indivíduo x sociedade, indivíduo x estrutura, indivíduo x instituições como família e religião. Esse é o resumo, mas não para por aí. De novo, uma obra que não cai no "mesmismo", nem ridiculariza ou se apropria indevidamente de uma discussão densa. Roteiro bom, que cria ciladas para o expectador a partir dos preconceitos ou preconcepções que este último carrega e se vê decepcionado ao final por cair na armadilha. Ah, mas se não acontecer com vocês me avisem, pois eu escorreguei nessa.
O instituto da filiação é abordado de modo muito particular. Em primeiro lugar, o rabino que é símbolo da moral, da família, da comunidade é o mesmo que pune e condena a única filha ao isolamento e rejeição, como não existente, a partir do momento em que a flagra com a melhor amiga. Enquanto acolhe a parceira da filha e a "encaminha"/"enquadra" arrumando-lhe um casamento com o melhor amigo da dupla, a filha é tratada como a vilã, desertora, "desencaixada". Além desse instituto, também é interessante as repercussões do instituto para o exercício de direitos e o reconhecimento social: o direito à herança; o testamento como a última vontade do morto; o direito comparativo, que indica como num Estado como o brasileiro ocorre uma reserva da "legítima" e em países como os EUA a disposição pode ocorrer de modo diverso.
Em segundo lugar, também é abordado o direito à filiação a partir da relação entre a atriz (que era a namorada da principal) e o feto que ela está gestando, problematizando a relação com o marido, sendo que esta é orientada pela religião mesmo quando o último opta pelo "livre arbítrio". Interessante também o direito comparativo no que tange o direito ao trabalho e os direitos trabalhistas; os direitos de personalidade; gênero, identidade e orientação sexual.
Extrapolando o escopo comum que dedico a este tipo de postagem, vale lembrar teóricos que podem dialogar com esse filme:
- Harriet Martineau, em Como observar: morais e costumes, no Parte II, ao falar sobre a religião como instituição a ser observada e a condição da mulher nas sociedades;
- Émile Durkheim, em As formas elementares da vida religiosa;
- Max Weber e sua sociologia compreensiva.
SINOPSE:
A fotógrafa Ronit (Rachel Weisz) retorna para a cidade natal pela primeira vez em muitos anos em virtude da morte do pai, um respeitado rabino. Seu afastamento foi bastante abrupto e o reaparecimento é visto com desconfiança na comunidade, mas ela acaba acolhida por um amigo de infância (Alessandro Nivola), para sua surpresa atualmente casado sua paixão de juventude, Esti (Rachel McAdams).
FICHA TÉCNICA:
Nome: Desobediência
Nome original: Disobedience
Cor: colorido
Origem: Estados Unidos, Irlanda, Reino Unido e Irlanda do Norte
Ano de produção: 2018
Gênero: Drama, Romance
Duração: 01h54
Classificação: 14 anos
Direção: Sebastián Lelio
Roteirista: Sebastián Lelio, Naomi Alderman
Elenco: Rachel Weisz, Rachel McAdams, Alessandro Nivola
Turma de Sociologia 3/2021, Atividade avaliativa 01
ResponderExcluirGilberto, ainda não foi liberado o período de escolha. Aguarde a liberação.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTurma de Sociologia 3/2021, Atividade avaliativa 01 FIlme Desobediência
ResponderExcluirTurma de Sociologia 01/2022
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