Questões de Concurso - IBADE 2020 SEE AC PNS Sociologia

Olás,


E a nossa 20ª Prova de Concurso é da Secretaria Estadual de Educação do Acre e bastante recente.

Leia com atenção: (...) a passagem necessária de todas as nossas especulações por três estados sucessivos; primeiro, o teológico; em que dominam francamente as ficções espontâneas, desprovidas de qualquer prova; depois, o estado metafísico, caracterizado sobretudo pela preponderância habitual das abstrações personificadas ou entidades; por fim, o estado positivo, sempre fundado numa exata apreciação da realidade exterior (1988, p.59, grifo nosso]

Questão 31 Qual autor que em seu pensamento filosófico estabeleceu a referida Lei dos Três Estados? 

(A) Emile Durkheim 

(B) Karl Marx 

(C) René Descartes 

(D) Auguste Comte 

(E) Saint-Simon


Questão 32 Em “A Ideologia Alemã” (2008), Karl Marx e Friedrich Engels identificaram as etapas da divisão social do trabalho, correspondendo às distintas formas de propriedade. “(...) esta repousa, por sua vez, sobre uma comunidade em face da qual não são mais os escravos, como no antigo sistema, mas sim os pequenos camponeses submetidos à servidão que constituem a classe diretamente produtiva”. (p.16) O trecho acima faz alusão à terceira forma de propriedade, que segundo os autores é a: 

(A) Propriedade Feudal. 

(B) Propriedade Antiga. 

(C) Propriedade do Estado. 

(D) Propriedade Comunal. 

(E) Propriedade Tribal.


Questão 33 Após a Segunda Guerra Mundial a abordagem da teoria da cidadania ganha uma identidade própria com os escritos de T. Marshall. Uma das grandes contribuições deste autor é noção de indissociabilidade entre igualdade e cidadania. Ao descrever a conquistas dos direitos, Marshall elegeu os fatos históricos que estabeleceram os direitos nos Estados modernos europeus, atribuindo a cada século o advento de cada tipo de direito. Qual das alternativas descreve, corretamente, a sequência da conquista dos direitos, segundo Marshall? 

(A) Século XVIII; direitos políticos; Século XIX direitos civis e; Século XX direitos sociais 

(B) Século XVIII direitos civis e direitos políticos; Século XIX direitos sociais 

(C) Século XIX direitos civis e direitos políticos; Século XX direitos sociais 

(D) Século XIX direitos sociais; Século XX direitos civis e direitos políticos 

(E) Século XVIII direitos civis; Século XIX direitos políticos e; Século XX direitos sociais.


Questão 34 Em “As consequências da modernidade”, Anthony Giddens (1991) se empenha em construir uma teoria para compreender as relações sociais e o funcionamento da sociedade em geral. No processo de compreensão da modernidade, Giddens aponta três fontes de dinamismo presente na modernidade: a separação entre tempo e espaço, a reflexividade e o desencaixe. Para Giddens há dois mecanismos de desencaixe presentes nas instituições sociais modernas, que são: 

(A) fichas simbólicas e os sistemas peritos. 

(B) fichas cartoriais e os sistemas culturais 

(C) fichas comportamentais e os sistemas parentais. 

(D) fichas simbólicas e sistemas culturais. 

(E) fichas cartoriais e os sistemas peritos.


Questão 35 Norbert Elias (1994), no segundo volume da sua obra o “Processo Civilizador”, busca entender como são formadas as estruturas que hoje conhecemos por “Estado”. Segundo ele: “Não fui orientado nesse estudo pela ideia de que nosso modo civilizado de comportamento é o mais avançado de todos os humanamente possíveis, nem pela opinião de que a ‘civilização’ é a pior forma de vida e que está condenada ao desaparecimento. Tudo o que se pode dizer é que, com a civilização gradual, surge certo número de dificuldades especificamente civilizacionais” (ELIAS, 1994, p. 18) 

Sobre o “Processo Civilizador”, abordado por Elias, é possível afirmar: 

(A) Elias pensava o processo de civilização como se as noções de “evolução” ou “desenvolvimento” implicassem num progresso automático. 

(B) Segundo Elias devemos levar em consideração que as estruturas de personalidade e as estruturas sociais são fixas, portanto com graus de evolução distintos. 

(C) Elias é enfático ao propor que não pretende apresentar o “modo” ocidental de viver como o mais avançado. 

(D) Para Elias, o processo civilizador constitui uma mudança abrupta na conduta e nos sentimentos humanos rumo a uma direção muito específica. 

(E) Para o Elias, tanto na contemporaneidade, quanto antes, são apenas as metas, as pressões econômicas e os motivos políticos, que constituem as principais forças motrizes das mudanças.


Questão 36 Ao estudar o partido social-democrata alemão o Cientista Político Robert Michels (1982), discute o risco inerente às organizações, de que os lideres (ou presentantes) tomem completamente o lugar dos representados, ou seja, ao domínio de poucos. Esta constatação deu-se após observar que em todos os grupos tende a se criar uma minoria de comando, uma minoria organizada, burocratizada e especializada. A esse fenômeno, Robert Michels atribuiu a expressão: 

(A) “Lei de ferro da burocracia”. 

(B) “Lei de ferro da oligarquia”. 

(C) “Lei de ferro das minorias”. 

(D) “Lei de ferro das organizações”. 

(E) “Lei de ferro das especializadades”.


Questão 37 Na obra de Max Weber, encontramos vários exemplos da aplicação dos “tipos ideias”, uma delas é a tipologia da dominação. Sobre os três tipos duros de dominação em Weber é possível afirmar que: 

(A) a dominação tradicional fundamenta-se na obediência a um líder em virtude da confiança pessoal, na sua capacidade de revelação, heroísmo, exemplaridade e dotes sobrenaturais, 

(B) a dominação legal fundamenta-se na validade dos regulamentos estabelecidos e na legitimidade do chefe amparado pela lei. 

(C) na dominação tradicional a obediência não é a uma pessoa, mas a regras estabelecidas. 

(D) na dominação carismática a obediência se dá em função das tradições e dos costumes 

(E) o tipo de dominação racional legal se fundamenta na autoridade das tradições.


Questão 38 Ao tratar da história da modernidade, metaforicamente, Zygmunt Bauman (2001) diz que a modernidade deixou de ser “sólida” para se transformar em “líquida”. Acerca dessa transformação, e sobre os conceitos metaforicamente empregados por Bauman, assinale a alternativa correta. 

(A) Na passagem do mundo sólido ao líquido, Bauman chama atenção para a estabilidade das formas sociais 

(B) Vivemos em um período com características distintas daquelas dos estágios iniciais da sociedade moderna, a que ele chama de “modernidade fluida” 

(C) Ao contrário do que ocorre na “modernidade sólida”, uma das principais características da “modernidade liquida” é a de que as ameaças para a existência humana eram muito mais evidentes 

(D) Na “modernidade fluida” os perigos eram reais, palpáveis e não havia muito mistério sobre o que fazer para neutralizá-los 

(E) A analogia deve-se ao fato de que os líquidos, diferentemente dos sólidos, não conservam sua forma com facilidade, os fluidos não se atêm muito a qualquer forma e estão constantemente prontos a mudar


Questão 39 Em “Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna”, Robert Putnam (1996), busca compreender o desempenho das instituições democráticas observando como as instituições formais influenciam a prática da política e do governo. Neste processo, tenta explicar como o capital social integrado a sistemas horizontais de participação cívica favorece o desempenho do governo e da economia. Sobre o conceito de capital social em Putnam, é correta a alternativa: 

(A) o capital social diz respeito a características da organização social, como confiança, normas e sistemas (de participação cívica), que contribuam para aumentar a eficiência da sociedade, facilitando as ações coordenadas. 

(B) o capital social é produto espontâneo dos jogos repetitivos do dilema do prisioneiro e está ligado à capacidade que decorre da prevalência de confiança numa sociedade ou em certas partes dessa sociedade. 

(C) é o conjunto dos recursos reais ou potenciais que estão ligados à posse de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento e de inter-reconhecimento mútuos. 

(D) consiste em todos aqueles elementos de uma estrutura social que cumprem a função de servir como recursos para que atores individuais atinjam suas metas e satisfaçam seus interesses. 

(E) uma variedade de diferentes entidades, com dois elementos em comum: todas consistem em algum aspecto da estrutura social, e facilitam certas ações dos atores – atores tanto individuais como corporativos – dentro da estrutura”.


Questão 40 Leia atentamente: “E com mais razão o catolicismo considerou o calvinismo, desde o início até os dias de hoje, como seu verdadeiro adversário (...) Mas a razão dessa repulsa comum aos católicos e luteranos se funda na peculiaridade ética do calvinismo. Já uma vista de olhos superficial nos ensina que aqui se produziu uma relação entre vida religiosa e ação terrena de espécie totalmente diversa das que produziram quer no catolicismo quer no luteranismo”. (WEBER, 2004. p.78-79) Neste trecho do livro “A Ética Protestante e o ‘Espírito’ do Capitalismo”, Max Weber (2004) aponta para uma “peculiaridade ética do calvinismo”, que pode ser interpretada como: 

(A) ascetismo extramundano. 

(B) ascetismo intramundano. 

(C) misticismo intramundano. 

(D) hedonismo extramundano. 

(E) hedonismo intramundano.


Questão 41 Segundo Émile Durkheim (1995), a solidariedade consiste nos laços que aproximam os membros de um grupo, e sua existência só é possível a partir de um determinado grau de consenso entre seus membros. O autor distingue dois tipos de solidariedade: Mecânica e Orgânica. É correto afirmar que os membros da sociedade onde predomina a Solidariedade Orgânica organizam-se: 

(A) socialmente a partir das semelhanças psíquicas. 

(B) predominantemente pelos laços familiares. 

(C) pelos laços oriundos da divisão do trabalho social e pela interdependência. 

(D) predominantemente pelos laços religiosos. 

(E) socialmente por interesses materiais. 


Questão 42 O termo “cidadania regulada” foi cunhado para descrever, entre outras coisas, um tipo específico de cidadania à braseira onde só é cidadão aquele que está formalmente inserido no mercado de trabalho, com função reconhecida pelo Estado. Segundo autor: “por cidadania regulada entendo o conceito de cidadania cujas raízes encontram-se, não em um código de valores políticos, mas em um sistema de estratificação social, e que ademais, tal sistema de estratificação ocupacional é definido por norma legal”. (1979, p,75). O termo “cidadania regulada” foi cunhado por: 

(A) José Murilo de Carvalho. 

(B) Caio Prado Junior. 

(C) Wanderley Guilherme dos Santos. 

(D) Gilberto Freyre. 

(E) Sergio Buarque de Holanda.


Questão 43 Jean-Jacques Rousseau considera que o homem dispõe de duas faculdades naturais e originas que os distingue dos animas: a liberdade e a perfectibilidade. Estes dois “elementos” perpassam toda a obra do autor, no seu texto sobre as “As origens da desigualdade entre os homens” (1995), utiliza o conceito de perfectibilidade para tratar: 

(A) da capacidade humana de se resignar. 

(B) da capacidade humana de se tornar perfeito. 

(C) da capacidade humana de pensar racionalmente. 

(D) da capacidade humana de se contradizer. 

(E) da capacidade de adaptação desenvolvida pelas necessidades.


Questão 44 Ao refletir a globalização e os impacto das políticas neoliberais sobre os indivíduos, Loïc Wacquant (1999) propõe um pensamento crítico acerca das desigualdades. Para ele, o Estado contemporâneo tenta mascar sua incapacidade de prover políticas públicas e, ao não as prover, transfere para os indivíduos todas as responsabilidades, ou seja, de uma etapa de investimento em políticas de bem-estar social passa-se para uma etapa de políticas de penalização da pobreza. Essa transição, Wacquant chama de: 

(A) Estado-compensação ao Estado-pobreza. 

(B) Estado-providência ao Estado-penitência. 

(C) Estado-investimentos ao Estado-pobreza. 

(D) Estado-forte ao Estado-penalizado. 

(E) Estado-investimentos ao Estado-desinvestimento.


Questão 45 A conceptualização de pobreza é dinâmica. A medida que foram incorporados novos parâmetros às suas definições, há uma complexificação na definição do que seja pobreza. Para Serge Paugam (2003): “nas sociedades modernas, a pobreza não é somente o estado de uma pessoa que tem falta de bens materiais, corresponde igualmente a um estatuto social específico, inferior e desvalorizado que marca profundamente a identidade dos que a experimentam” (p. 23). Paugam define esse processo como: 

(A) “desqualificação social”. 

(B) “desqualificação da pobreza”. 

(C) “desqualificação do indivíduo”. 

(D) “desqualificação da identidade”. 

(E) “desqualificação moral”.


Questão 46 Para Scott (1995. p.86), o gênero deve ser construído como uma categoria analítica, como um instrumento metodológico para a compreensão da construção, da reprodução e das mudanças de identidade de gênero. Sua definição de gênero apresenta duas partes e várias subpartes que estão inter-relacionadas, “mas devem ser analiticamente diferenciados. O núcleo da definição repousa numa conexão integral entre duas proposições”. Quais são as proposições elaboras por Scott? 

(A) (1) o gênero é um elemento constitutivo de relações individuais baseadas na posição social e (2) o gênero se expressa na fluidez das relações sociais. 

(B) (1) o gênero diz respeito às diferenças naturais instaladas nos corpos de homens e mulheres e (2) o gênero é uma forma de diferenciar homens de mulheres. 

(C) (1) gênero diz respeito ao gênero com o qual uma pessoa se identifica e (2) o gênero expressa uma simetria na relação de poder. 

(D) 1) o gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos e (2) o gênero é uma forma primária de dar significado às relações de poder. 

(E) (1) o gênero se refere à construção individual do sexo anatômico e (2) o gênero foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social.


Questão 47 Paul Singer buscou, nas suas análises, observar a influência dos elementos estruturais para a formação e desenvolvimento das cidades, segundo ele “a migração interna é um processo social, deve-se supor que ele tenha causas estruturais que impelem determinados grupos a se pôr em movimento.” (1998, p. 52). O autor acrescenta que “quase sempre as causas são econômicas e tem como motor”: 

(A) a desigualdade nacional. 

(B) as desigualdades políticas. 

(C) a desigualdade racial. 

(D) a desigualdade mundial. 

(E) as desigualdades regionais. 


Questão 48 A partir da década de 1930 surge no Brasil uma segunda abordagem da temática racial. Influenciada pela Antropologia Cultural de Franz Boas, substitui a ideia biológica de raça pela noção de cultura. Essa vertente foi capitaneada por um pensador que na sua principal obra, publicada em 1933, busca tratar da diversidade na formação social do povo brasileiro, desmitificando a noção de determinação racial na formação de um povo. A qual autor (pensador) e sua respectiva obra o trecho acima está se referindo? 

(A) Silvio Romero e “A Filosofia no Brasil e Cantos do Fim do Século”. 

(B) Sérgio Buarque de Holanda e “Raízes do Brasil”. 

(C) Darcy Ribeiro e “O povo brasileiro”. 

(D) Gilberto Freyre e “Casa Grande & Senzala”. 

(E) João Pacheco de Oliveira e “O nascimento do Brasil e outros ensaios”


Questão 49 Fundador da “sociologia formal” ou “sociologia das formas”, o aludido autor, buscou, em suas análises, compreender as diferenças comportamentais entre o homem urbano e o homem do campo. Neste processo, observou que que o comportamento mental do homem urbano é caracterizado pela especialização com certo grau de distanciamento das relações afetivas. A esse tipo de comportamento onde o homem urbano é "incapaz de reagir a novos estímulos com as energias adequadas", chamou de “atitude blasé”. De qual autor estamos falando: 

(A) Robert Park. 

(B) George Simmel. 

(C) Louis Wirth. 

(D) Jon Elster. 

(E) Manuel Castells


Questão 50 Otávio Velho (1979), ao parafrasear o historiador Eric Hobsbawm, aponta que, diferente do caso Inglês que no seu tradicionalismo procura afixar “velhos rótulos” em “novas garrafas”, na história brasileira, procurou-se colocar “novos rótulos” em “velhas garrafas”, ou sejam, a presença do “moderno” não significou imediatamente a superação do “arcaico”, longe disso, os novos atores do cenário agrícola brasileiro se aproximaram dos velhos parceiro. O trabalho de Otávio Guilherme Velho (1979), pretende “lançar os olhos sobre o desenvolvimento brasileiro” (p.261). A especificidade do capitalismo agrário Brasileiro o autor chama: 

(A) capitalismo autoritário. 

(B) capitalismo agrário. 

(C) capitalismo às avessas. 

(D) capitalismo conservador. 

(E) capitalismo de monocultura.

Comentários

  1. Boa noite Fernanda, eu tive dúvida na questão 35 sobre o Processo Civilizador de Norbert Elias

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    1. Olá, por favor se identifique. Se for um aluno do Curso de Direito da UFJF-GV, lembro que será objeto da prova tal conteúdo.

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  2. Artur Marques Do Nascimento - Questão 37 da prova 20 .

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  3. Thiago de Jesus Silva24 de agosto de 2021 às 19:33

    Thiago de Jesus Silva

    Questão: 41

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