Recursos Didáticos - Reportagens

Olás, 

Quando preparamos uma aula de Sociologia, não estamos distantes da realidade, alheios ao que se passa e reproduzindo de modo mecânico conceitos a serem "decorados" pelos alunos e reproduzidos em atividades avaliativas. Nós estamos mergulhados na realidade e interessados em compreendê-la. Por essa razão, uma notícia não é só uma notícia, um fato não é um fato isolado, eles reproduzem a estrutura social e demonstram como são realizadas ações de uma dada natureza, como são tratados o resultados dessas ações, demonstram claramente preconceitos e arquétipos para driblar o fato de que a alienação não cega a todos. Aliás, a principal ferramenta para tentar driblar a "descoberta" dessa realidade em sua condição estrutural é a ridicularização: do fato, do outro, do falante. Por essa razão, fenômenos como racismo, homofobia, violência doméstica, machismo, misoginia e tantos outros são constantemente ridicularizados com termos banais e acompanhados da atribuição de características chatas, enjoativas ou descompensadas a quem fala sobre o assunto. O famoso "mimimi" nada mais é do que o recurso abusivo do ouvinte em ridicularizar a fala que não lhe agrada e para a qual não tem qualquer argumento.

Como as reportagens são veiculadas, atualmente, pela internet, em suas diversas modalidades, é fácil acompanhar as reações em tempo real e os comentários sobre as matérias veiculadas também são objeto da análise sociológica.
A força do conteúdo jornalístico como crítica do fenômeno, exemplificação de conceitos, mas também da forma de veiculação, seus inúmeros recortes e enfoques são muito apropriados ao ensino de Sociologia. Abaixo alguns exemplos da semana brasileira:

Muitas outras reportagens poderiam ser citadas como exemplo. O mais importante é dispor sempre de fontes variadas, assinadas por jornalistas, portanto, verificáveis, para não incorrer no risco de disseminação de fake news. Além disso, é importante consultar várias fontes para demonstrar ao aluno as angulações presentes nos fatos e como são construídas narrativas justificadoras ou abonadoras de determinados fenômenos devido ao viés político que o apóia ou, até mesmo, fundamenta. Com o maior número possível de reportagens e veículos de imprensa noticiando o fato é mais fácil construir uma interpretação ampliada sobre o fenômeno observado.

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